
A LusoPress entrevistou António Sá, um jovem de apenas 15 anos que já dá cartas no panorama político juvenil português. Membro ativo da Juventude Social-Democrata (JSD), António fala com uma maturidade impressionante sobre os desafios do país e as suas preocupações com o futuro de Portugal, revelando um profundo interesse pela política, pelo meio ambiente e pela justiça social.
Desde tenra idade, António Sá interessou-se pela história e pela forma como a sociedade evoluiu. “Sempre fui fascinado pelos desafios que enfrentámos e pela forma como, muitas vezes, as mentalidades se mantêm inalteradas ao longo dos séculos”, explicou.
O seu envolvimento com partidos políticos começou aos 12 anos, quando ainda experimentava diferentes ideologias. Depois de um breve apoio ao CHEGA, afastou-se por não se rever nas posições extremadas do partido. Foi no PSD que encontrou uma casa ideológica: “É um partido que sabe equilibrar o conservadorismo com o liberalismo e valoriza o consenso.”
Visão crítica e realista da política nacional
Questionado sobre o atual governo da Aliança Democrática, António considera que, apesar das críticas, há sinais de progresso. “Acredito que estamos no caminho certo, mas a estabilidade ainda é frágil”, afirma.

Lamenta, no entanto, a degradação da confiança na classe política devido a escândalos e instabilidade, e defende que um bloco central, com acordo entre PS e PSD, poderia ser uma solução viável para garantir governabilidade. “Infelizmente, o ego político muitas vezes fala mais alto do que o bem comum.”
Saúde e clima no topo das prioridades
Para António, a saúde deve ser a prioridade máxima do próximo governo. Reconhece alguns avanços recentes, mas alerta para a escassez de profissionais e para a má gestão de recursos. “O sistema de saúde precisa de mais investimento e eficiência.”
Já no que toca às alterações climáticas, António demonstra grande preocupação com a lentidão da resposta política. “A minha geração está muito mais consciente, mas ainda há muito por fazer. Devíamos acelerar a transição para energias renováveis, tanto em Portugal como a nível global.” Critica, por exemplo, as políticas ambientais de líderes como Donald Trump, que considera um retrocesso no combate às alterações climáticas.
Diplomacia e migração: uma visão pragmática
Com ambições profissionais na diplomacia, António quer ajudar Portugal a construir pontes com outras culturas e comunidades, especialmente no contexto da emigração e da imigração. Defende políticas de integração que respeitem a identidade cultural portuguesa, mas que acolham quem quer contribuir para a sociedade. “A migração legal é benéfica. O importante é garantir que todos seguem as regras e se integram de forma respeitosa.”
Um apelo à participação cívica
Apesar de ainda não ter idade para votar, António deixa uma mensagem clara aos eleitores: “Votar é um dever cívico. Mesmo que estejam desiludidos com os partidos, devem participar. A democracia precisa de todos.” Encoraja especialmente os portugueses no estrangeiro a exercerem esse direito, lembrando que o voto é uma ferramenta poderosa de mudança.