
A ARCOP (Associação Recreativa e Cultural dos Originais de Portugal), realizou a 20.ª edição da Feira de Produtos Portugueses em Nanterre com a participação de 22 municípios lusos. Dessa forma e durante três dias, do Minho ao Alentejo, veio a gastronomia, os enchidos, os queijos, a doçaria, os vinhos, a cutelaria e o artesanato.
O início das cerimónias desenrolou-se na nova Praça 25 de Abril, situada junto à La Defense Arena, no local onde em 1974 se situava um enorme “Bidon-Ville” com onze mil portugueses. Inaugurada em maio de 2024, agora beneficia de uma nova toponímia onde está descrito o movimento dos capitães e o epílogo da revolução.
Serra da Estrela em destaque com Oliveira do Hospital
Pela primeira vez, Oliveira do Hospital fez questão de apresentar os produtos da Serra da Estrela. Foi o propósito da presença da empresa “Encosta da Serra”, há 50 anos fabricante artesanal de presunto, enchidos e o tradicional queijo amanteigado ou curado. “É um orgulho poder estar aqui a representar uma região tão rica”, disse Rodrigo Ferrão.
O certame, inaugurado no espaço Chevreul, pelo Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, que reconheceu o valor da ARCOP com esta Feira. O governante destacou ainda o fato do certame promover as regiões do interior, habitualmente não dispõem das mesmas oportunidades, apesar da excelência da sua produção.
“O povo unido jamais será vencido”
“São vinte anos de sucesso como festa, romaria, gastronomia, cultura e tradição”, referiu à LusopressTV Manuel Brito com orgulho e emoção. O presidente da ARCOP anunciou que definitivamente o limite do espaço disponível para receber os municípios interessados em participar. O dirigente continuou com a constatação, “isto é tudo gente voluntária, que trabalha sem nenhum interesse e que também está no seu limite. Só nos aguentamos porque o povo unido jamais será vencido! Estamos todos de parabéns ao ajudar a promover os produtos portugueses e o que de melhor temos nas nossas terras”.
O Maire de Nanterre, Raphaël Adam, fez o seu discurso em português porque “esta feira é acolher todo o Portugal. O conjunto dos portugueses instalados em Paris leste e todos os amantes do vosso país, devem vir provar estas delícias e trocar experiências, é muito válido poder aproveitar momentos de reencontro e prazer nestes tempos conturbados que correm”. Ademais, a presença dos portugueses é indissociável da História desta cidade, “foram eles que construíram esta vila e os seus limites. São os descendentes dessa geração que aqui morava na década de setenta que fazem agora este trabalho fabuloso na Associação”, referiu o autarca.
Pombal aposta na feira como montra internacional
Pombal provou o “veneno” o ano passado e ficou dependente desta montra internacional dos produtos regionais e marcas distintas. Como disse à nossa reportagem o Presidente da Câmara, Pedro Pimpão.

“Além da boa gastronomia temos um conjunto de incentivos na componente económica com condições para que os nossos emigrantes possam investir em Pombal, como fazem um pouco por todo o mudo”.
A Feira de Nanterre promove a riqueza de cada território, sendo assim, Miranda do Douro mostrou a cutelaria de Palaçoulo com Francisco Cangueiro, “temos enchidos e bom vinho, mas a fabricação destes objetos é mais representativa da Capital do Canivete.
Lenços dos Namorados encantam com Amor minhoto

Na mesma linha do artesanato, Vila Verde, no Minho, apresenta anualmente os Lenços dos Namorados. “Trazemos o Amor de Vila Verde até Nanterre”, contou-nos divertida, Júlia Fernandes, presidente da Câmara. “Tradição que remonta a finais do séc. XVIII. São marcas e escritas de Amor que estão na origem da marca (Namorar Portugal). Elas inspiram milhares de produtos no mercado internacional.”
Lamego trouxe a França os enchidos caseiros e o queijo da Serra da Estrela, com o Fumeiro de Lamego. João Caetano referiu à Lusopress que “o método de fabrico e de fumeiro é feito à mão, de forma artesanal como se fazia há 50 anos. Os nossos produtos já se podem encontrar em vários supermercados portugueses da Ile de France”. Além do azeite, vinho e figos secos, estavam em exposição a chouriça, o salpicão, o presunto, a moira, entremeada fumada e a alheira.
Em suma, a tradição do evento manteve-se com a noite de sexta-feira dedicada ao fado, no sábado o baile com o grupo Roconorte e o domingo virado para o folclore.