Ângelo Gonçalves da Silva, é natural do concelho de Barcelos, no norte de Portugal. Aqui nasceu em 1950, e aqui passou a sua infância. Desses tempos, recorda os felizes momentos passados em família, em especial com os pais e os irmãos, e as brincadeiras na escola. “São tempos que nunca se esquece. É aqui que temos as nossas raízes”.
Começou a trabalhar na Póvoa de Varzim, na pastelaria Doce Póvoa. Nessa altura, andava a aprender a servir os clientes, fazia limpezas, e aprendia pastelaria. Depois, foi para um restaurante também na Póvoa de Varzim. Mais tarde, e mais perto de casa, em Vila Seca, trabalhou numas mercearias. Regressou novamente à Póvoa para trabalhar em restaurantes, a servir. Ainda passou pela Cozinha Nova, uma boate que existia em Vila do Conde.
Aos 17 anos e meio foi para França. “Fui para ter uma vida melhor, para não fazer a tropa e por amor também”. Arranjou trabalho imediatamente, e foi acolhido na casa de um primo. Depois ingressou numa fábrica que fazia peças para carros e aviões e aí começou a fazer mecânica.
“O meu primo trabalhava na Ford e também fui mecânico na Ford. Depois passei por outras empresas de cabos para a vinha, que até exportavam para Portugal. Depois encontrei um amigo que me falou de uma empresa que procurava mecânicos jovens disponíveis para trabalhar fora. Quando vi aquele trabalho adorei, porque nunca se fazia a mesma coisa. Hoje trabalha-se para aeroportos, depois em pedreiras, sucatarias, nunca era monótono”.
Em 1974 aceitou o convite de um antigo patrão e fez sociedade com ele, mas acabou por criar a sua empresa em 1980. “Quando ele se reformou, em 1991, comprei a Alfyma. Vendi a minha casa e comprei a empresa e aí começamos a crescer. Ele tinha a empresa, mas não tinha ambições futuras. Eu comecei a comprar outras empresas, a fabricar máquinas, implementei um escritório de estudos e assim aconteceu um crescimento exponencial. Compramos 14 ou 15 empresas pequenas. Hoje temos 23 locais em França, faturamos 45 milhões, somos 230 pessoas, estamos a instalar no Luxemburgo, temos uma empresa em Portugal, na Tunísia tenho participação de 49% numa empresa, também abri na Polónia, mas nunca deu resultado”.
Já em pequeno, Ângelo da Silva era inovador. “Sempre soube que a minha vida seria para ganhar dinheiro. Os meus pais eram lavradores, foram tempos muito duros, e eu sempre quis uma vida diferente. Tudo o eu pensei, ainda hoje, o faço”. Hoje em dia, os sonhos que tem é que a família continue com o mesmo crescimento e que todos se continuam a entender bem. Adora o seu trabalho, considera-o mesmo uma paixão. Revela que também teve a sorte de ter uma mulher ao seu lado com as mesmas ideias, e que o apoia em tudo. Para si, a família é tudo e é um grande prazer ser português. Considera-se bom comercial de Portugal em França. Muitos amigos já vieram conhecer as suas raízes.