Artur Mateus Brás é o seu nome completo, mas hoje é conhecido em França apenas por Arthur Brás. Oriundo de Vieira do Minho, onde nasceu em Outubro de 1948, Artur teve uma infância semelhante às crianças daquela altura. Sente que foi um privilegiado por, aos 11 anos, ter a oportunidade de ir estudar para Braga, aquilo que designa por o começo da sua vida. Em Braga esteve até 16 anos, onde completou o 5º ano na Escola Industrial Carlos Amarante. Assume que foi o momento mais difícil da sua vida, vinha apenas cerca de quatro vezes por ano a casa. Na altura, estava numa família de acolhimento. Era filho de lavradores e, por isso, também aqui tinha de ajudar no cultivo das terras, apesar de gostar muito de brincar e de ser acarinhado pelas pessoas de idade que o rodeavam. Aos 17 anos, decidiu emigrar para França, por causa da guerra das colónias portuguesas. Já em território francês, apesar de não conhecer ninguém, a sua ambição permitiu que rapidamente crescesse profissionalmente. “Comecei na construção, como muitos, era o nosso ponto de partida. Em pouco tempo, cerca de meio ano, consegui chegar a encarregado. Falava um pouco de francês, o que terá facilitado a minha integração. Pouco a pouco, fui subindo de escalão. Cheguei a encarregado geral com 20 anos, condutor de trabalhos com 23 e a director de agência com 26 anos. Sempre com ambição”, recorda.
Aos 27 anos regressou a Portugal, com a ideia de aqui se fixar de vez. Realizou vários investimentos em Vieira do Minho e começou a trabalhar por conta própria. Ao fim de um ano, um acidente numa obra fê-lo regressar a França, onde criou a sua empresa em 1977, especializada em vivendas de luxo. “Uma casa Arthur Brás, em França, é conhecida por ser uma casa de prestígio, optei sempre pela qualidade”. A empresa Arthur Brás Construções permaneceu no activo até ao dia em que Arthur Brás completou 40 anos e decidiu, novamente, regressar a Portugal. “Aí talvez já fosse tarde e tive dificuldades em me adaptar a Portugal. Voltei a França, e criei o grupo que tenho hoje. Recuperei a empresa que tinha na altura, que estava em dificuldades, e criei o Grupo Arthur Brás, onde desenvolvi a construção e promoção imobiliária, e agora também um hotel, o Hyatt Regency Chantilly”.
Arthur sempre foi ambicioso, querendo sempre estar na frente. “Ainda hoje, com a minha idade ainda continuo a desenvolver grande projectos. Não está no meu objectivo parar”. Assume que os valores presentes na sua vida assentam na educação que recebeu dos seus pais – seriedade e palavra. “O nome Arthur Brás é nome de muito respeito e que não se toca, porque a única herança que tenho na minha vida foi a herança do meu pai da palavra e da seriedade”. Participa na comunidade portuguesa da região, já presidente de uma equipa de futebol e participa financeiramente sobre várias acções de solidariedade. Considera-se português para sempre. “Tive sempre a nacionalidade portuguesa, nunca precisei da francesa. E tenho sempre prazer, onde vou, de dizer que sou português”. Aos português deixa uma mensagem de querer e de vontade. “Muita união e respeito pelos outros, é que isso que é importante na vida”.