António Joaquim Lopes nasceu e viveu a sua infância na aldeia de Santa Comba, em Vila Nova de Foz Côa. É de origem de uma família pobre e, por essa razão, foi obrigado a sair da escola com apenas 9 anos de idade para ir guardar as ovelhas no campo. “Ganhava 30 escudos por mês”, conta. As possibilidades na aldeia eram poucas e os mais velhos tinham de trabalhar para ajudar a criar os mais novos, sendo o caso de António Joaquim Lopes. Só saiu da aldeia para cumprir o serviço militar em Angola, estando na guerra durante 27 meses. Ao regressar à terra, decide emigrar para França em busca de uma vida melhor. Aprendeu e trabalhava numa profissão que lhe permitiu arranjar umas económicas. “Decidi, por isso, investir num restaurante na Cruz Quebrada, em Lisboa”. Juntamente com a esposa, também de Santa Comba, tiveram de abandonar França e tinham no restaurante uma hipótese de uma nova vida. Sem perceber nada de restauração, António Joaquim Lopes viu-se abraçava uma nova vida com o seu restaurante na Cruz Quebrada. “Tive a felicidade de o restaurante ser perto da Universidade de Educação Física, a única que existia no país e o único centro de estágio que havia na altura. Não percebia nada de restauração, mas adaptei-me, fui vendo como é que os profissionais faziam e venci. Tive noites sem ir à cama, mas consegui vencer”. Começou na restauração em 1974, estando nesse restaurante durante 20 anos consecutivos. Posteriormente, adquiriu um novo restaurante em Algés, onde aqui concentra toda a sua família a trabalhar há 25 anos.