É no meio da pureza da água e do verde das montanhas que António Cardoso nasce. São Pedro do Sul está dotado de uma das maiores estâncias termais da Europa e António deu de caras com essa realidade, em 1950. A sua infância foi sorridente e cúmplice, perto dos seus pares. “Vivi uma infância muito feliz e em família”, recorda. Contudo, e num ambiente bastante familiar, o português ao completar os 18 anos decide trocar o ar puro da cidade, pertencente ao distrito de Viseu, pela metrópole francesa. Portugal, na altura, vivia um período de conflito, designado Guerra de Ultramar, e tanto António como outros tantos portugueses eram obrigados a prestar serviço militar. O empresário não teve mãos a medir e lutou pelas suas convicções. “Não concordava com esta guerra e por intermédio de amigos, já emigrados, decidi aventurar-me”, relata.
Corria o ano de 1969, em Abril, António arranja o primeiro emprego logo no segundo dia que chegou a Paris. “Trabalhava no metro, no prolongamento do percurso que ligava Charenton-Écoles a Créteil”, afirma. Após esta primeira experiência, o português esteve ligado a um laboratório de produtos farmacêuticos e ainda dedicou 25 anos a trabalhar para a banca antes de se estabelecer por conta própria. No seu vasto currículo, foi condecorado pela Ordem Nacional da Legião de Honra, uma condecoração honorífica francesa atribuída pelas mãos de Jacques Chirac, antigo presidente do território francês. Ligado a causas de solidariedade, o empresário apoia o Lions Club, uma organização internacional que visa ajudar os mais necessitados. “Futuramente, Portugal será o país mais seguro da Europa”, diz. António Cardoso é apaixonado pelo clima e pela gastronomia do seu país e apela a todos os portugueses em geral à união e à amizade.