Sexta-feira, Maio 23, 2025
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Círculo da Europa: Carlos Gonçalves apresenta programa da AD

Com as eleições legislativas marcadas para 18 de maio, a Aliança Democrática (AD), coligação entre PSD e CDS-PP, apresentou o seu programa eleitoral para o círculo da Europa. O evento decorreu em Ormesson-sur-Marne, nos arredores de Paris, e contou com a presença de Carlos Gonçalves, segundo da lista e ex-Secretário de Estado das Comunidades.

Círculo da Europa: Carlos Gonçalves apresenta programa da AD
Círculo da Europa: Carlos Gonçalves apresenta programa da AD

Carlos Gonçalves, atual conselheiro social na Embaixada de Portugal em Paris, regressa à linha da frente da política nacional com uma mensagem clara. Relembrou o seu percurso como deputado e criticou fortemente a ausência de voz ativa das comunidades na última legislatura.

Segundo o candidato, o objetivo principal desta candidatura não passa apenas por regressar ao Parlamento, mas sim por garantir uma representação corajosa e eficaz das comunidades portuguesas no estrangeiro. “O silêncio dos últimos anos foi absoluto”, sublinhou, apontando que até o Conselho das Comunidades se fez ouvir mais do que os próprios deputados eleitos.

Convite inesperado, propósito claro

Antes de tudo, o candidato partilhou a forma inesperada como surgiu o convite para integrar novamente a lista de candidatos. Estava de férias quando recebeu o contacto, o que, segundo ele, demonstra que não procurava ativamente um lugar. “Na política, há quem corra atrás de cargos. No meu caso, foi o trabalho e o mérito que trouxeram este desafio”, afirmou.

Cabeça de lista com raízes na emigração

A lista da AD é liderada por José Manuel Fernandes, atual Ministro da Agricultura. Nascido em França e filho de emigrantes, regressou a Portugal na infância. Para Carlos Gonçalves, esta ligação direta às comunidades reforça a credibilidade e legitimidade da candidatura.

“É com honra e humildade que integro esta lista como número dois”, disse assim, acrescentando que o essencial é “recuperar um deputado da emigração” que represente verdadeiramente os portugueses espalhados pela Europa.

Propostas concretas e prioridades claras

Assim, o programa da AD inclui várias propostas com impacto direto nas comunidades emigrantes. Entre elas, destaca-se o programa “VEM”, que visa atrair de volta a Portugal trabalhadores, investidores e reformados. Também está prevista a modernização dos serviços consulares e o reforço do ensino do português no estrangeiro.

Contudo, uma das bandeiras mais antigas de Carlos Gonçalves voltou ao centro do debate: o tão contestado voto eletrónico. Desde 2004 que o defende, e lamenta que, até hoje, os avanços nesta área sejam praticamente nulos. “Não é democracia plena quando se impede a participação política de quem vive fora”, afirmou.

“Mais deputados, mais participação, menos problemas”

Críticas diretas ao Partido Socialista

Neste contexto, Carlos Gonçalves acusou o Partido Socialista de bloquear iniciativas que pretendem facilitar o voto dos emigrantes. Sublinhou a sua frustração com o chumbo, pelo PS, de uma simples recomendação para testar o voto eletrónico. “Como é que se apresentam a eleições depois disso?”, questionou, dirigindo-se diretamente aos candidatos socialistas.

Dessa forma, para resolver o problema da fraca participação da diáspora, propõe duas soluções principais: o aumento do número de deputados eleitos pelo círculo da Europa e a simplificação do processo de voto. “Mais deputados, mais participação, menos problemas”, resumiu.

Distância clara em relação ao Chega

Sobre o partido Chega, foi direto: “Não apresentam uma única proposta concreta para as comunidades”. Criticou o estilo populista de André Ventura e o que considera ser uma abordagem superficial e irresponsável aos assuntos da emigração. “A vida das pessoas não pode ser tratada como um debate de futebol”, disse.

Apoio total a Luís Montenegro

A confiança em Luís Montenegro foi outro ponto forte do seu discurso. Considera assim que o atual primeiro-ministro trouxe estabilidade e crescimento ao país, mesmo com uma minoria parlamentar. “Portugal precisa de estabilidade e de um líder confiável. Montenegro sempre respeitou e apoiou as comunidades”, afirmou.

Defendeu acima de tudo as políticas do atual Governo em áreas como o apoio aos jovens, a criação de riqueza e o combate à emigração forçada. Destacou o crescimento económico recente como sinal de boa governação e apelou à continuidade do projeto liderado por Luís Montenegro.

Imigração com regras claras

Carlos Gonçalves abordou também a questão da imigração em Portugal. Reconhece que o país precisa de mão de obra estrangeira, mas defende uma imigração regulada e com regras bem definidas. “A imigração faz parte da nossa história, mas não pode ser deixada ao acaso”, alertou.

No final da intervenção, deixou acima de tudo um apelo sentido aos portugueses na Europa. “Um deputado precisa de coragem para marcar a diferença. Peço-vos coragem por Portugal, pelas vossas raízes e pela vossa cultura. Escolham o caminho certo. Votem na AD”.

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