A Arte Equestre Portuguesa é candidata a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Nesse sentido, a análise da candidatura ocorrerá em dezembro, numa reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO, em Assunção, Paraguai.
Este comité reúne-se de 02 a 07 de dezembro e analisará diversas propostas, incluindo uma candidatura do Brasil sobre o queijo artesanal de Minas Gerais.
Tradição Equestre Portuguesa
A Arte Equestre Portuguesa representa a excelência na formação de cavalos, destacando-se pelos movimentos de alta escola. Essa prática nasce das academias de arte equestre europeia, mas diferencia-se pela forte influência da equitação de trabalho. A tradição reflete-se no treino para lida de touros, em campo ou arena, e nos jogos equestres.
Desde o século XVIII, essa arte tem uma presença contínua em Portugal, inicialmente com a criação da Real Picaria. Hoje, essa prática envolve uma comunidade diversificada de praticantes, incluindo amadores e profissionais.
A Escola Portuguesa de Arte Equestre
A Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE) é o núcleo principal da prática equestre portuguesa. Situada no Palácio de Queluz, em Lisboa, a EPAE realiza espetáculos regulares no Picadeiro Henrique Calado, no bairro da Ajuda. A escola mantém viva a tradição equestre da corte portuguesa do século XVIII, que foi formalizada pelo Marquês de Marialva, Manuel Carlos de Andrade, em 1790, no livro “Luz da Liberal e Nobre Arte de Cavallaria”.
Por outro lado, a Arte Equestre Portuguesa distingue-se pelo traje típico dos cavaleiros, os arreios exclusivos e a forma singular de interação com o cavalo. Em conclusão, são elementos que marcam a identidade cultural dessa prática.
Importância da Candidatura à UNESCO
A candidatura da Arte Equestre Portuguesa à UNESCO é liderada pela Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano, em parceria com o município da Golegã e a Parques de Sintra. Se aprovada, a arte equestre juntar-se-á a outras manifestações culturais portuguesas na lista de Património Imaterial da Humanidade, como o fado, o cante alentejano, o barro negro de Bisalhães e a dieta mediterrânica.
A inclusão na lista da UNESCO ajudará a proteger e valorizar esta tradição, reforçando a identidade cultural de Portugal e garantindo a transmissão da prática para futuras gerações.
A Importância da Arte Equestre no Mundo
A Arte Equestre Portuguesa é prática em cerca de 20 países, espalhados por cinco continentes. Esta presença internacional destaca a relevância da tradição para além das fronteiras de Portugal. Reconhecer a arte equestre como Património Imaterial da Humanidade representa, igualmente, um passo essencial para proteger esta herança cultural e garantir a sua celebração e preservação em todo o mundo.
Portugal reafirma, dessa forma, o compromisso com a sua história e cultura, e com a valorização das práticas tradicionais que definem a sua identidade. A saber, a decisão final da UNESCO será conhecida em dezembro, e há grande expectativa quanto ao reconhecimento internacional desta tradição única.