Sexta-feira, Outubro 11, 2024
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Polícia sul-africana resgata empresário português

A polícia sul-africana (SAPS) resgatou um empresário português raptado no início da semana passada. O crime aconteceu na região oeste de Joanesburgo. A polícia adianta que o empresário já se encontra com a família.

O empresário, de 49 anos, localizado na noite de segunda-feira. Isto depois de oito dias em cativeiro, numa residência no Soweto, arredores de Joanesburgo. O homem estava “amarrado”, referiu à Lusa uma porta-voz do comando nacional da polícia sul-africana.

“Foi encontrado amarrado, mas está bem de saúde e já reunido com a família”, disse Athlenda Mathe.  

De acordo com a porta-voz da polícia sul-africana, foi detido um dos suspeitos do sequestro, isso durante a operação policial de resgate. É um homem de 39 anos, e que “é de nacionalidade sul-africana”.

“O suspeito está detido e será presente no Tribunal de Magistrados de Joanesburgo. Está acusado de sequestro, assalto à mão armada e extorsão”, adiantou.

18 pessoas sequestradas em seis meses

Athlenda Mathe referiu ainda este como “o sétimo empresário português resgatado pela polícia sul-africana”. Isto desde janeiro deste ano na África do Sul.

Anteriormente, em comunicado, a polícia sul-africana refere ter resgatado que “nos últimos seis meses, 12 empresários e seis estudantes sequestrados. Operações realizadas pela equipa multidisciplinar liderada pela unidade antissequestro do Serviço de Polícia Sul-Africano (SAPS). O empresário português de 49 anos é a mais recente vítima resgatada pela equipe”, salientou.

“Nos casos em que os empresários e estudantes foram resgatados, nenhum pagamento de resgate foi feito. Isto de acordo com o resultado direto da perícia e das capacidades dos detetives do SAPS. Mas também da unidade de inteligência criminal e da colaboração com a segurança privada”, referiu a polícia sul-africana.

Polícia sul-africana resgata empresário português

Todavia, fontes da comunidade local avançaram à Lusa que o empresário português terá alegadamente pago cerca de 10 milhões de rands (cerca de 500 mil euros) pela sua libertação.

No comunicado, a que a Lusa teve acesso, a força de segurança sul-africana explicou igualmente que o resgate do empresário português, proprietário de um negócio de carnes na região de West Rand, em Joanesburgo, envolveu “outras agências de segurança pública e segurança privada, dia e noite para encontrar o empresário, seguro e ileso”.

Sobre o homem detido, refere-se no comunicado divulgado pelas autoridades policiais sul-africanas que “o suspeito tem 39 anos. E integra uma rede criminosa. Aliás, é responsável por pelo menos outros quatro sequestros tendo como alvo, empresários, no distrito de Joanesburgo”,.

Na quinta-feira, 28 de junho, um emigrante madeirense de 47 anos, natural do Estreito da Calheta, Região Autónoma da Madeira, foi também raptado no sul de Joanesburgo, encontrando-se ainda desaparecido, disse à Lusa o conselheiro das comunidades madeirenses na África do Sul.

Por fim, uma terceira pessoa acabou morta a tiro, na sexta-feira, na sequência de uma tentativa de sequestro no centro da cidade de Joanesburgo, segundo a imprensa local.

Mais crime e sequestros

A África do Sul enfrenta um agravamento do crime de sequestro. Consequentemente, são exigidos elevados montantes financeiros, isto é, para resgate das vítimas, segundo a polícia sul-africana.

Desde janeiro deste ano, pelo menos 14 luso-sul-africanos foram raptados na província de Gauteng. De acordo com as autoridades este é epicentro de sequestros e da elevada criminalidade no país. Declarações à Lusa feitas pelo dirigente da organização não-governamental luso-sul-africana, Fórum Português da África do Sul, Manny Ferreirinha.

O embaixador de Portugal na África do Sul, José da Costa Pereira, adiantou que em 2023, pelo menos 18 luso-sul-africanos foram raptados. Isto na região de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país.

Finalmente, e segundo dados do Governo sul-africano, residem na África do Sul cerca de 200.000 cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes.

Lusa

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