Quarta-feira, Julho 16, 2025
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Caminhada solidária da Misericórdia de Paris: união e esperança

No dia 15 de junho, o Domaine de la Cour Roland, em Jouy-en-Josas, transformou-se num espaço de encontro, movimento e esperança. A 11.ª edição da Caminhada e Corrida Solidária da Santa Casa da Misericórdia de Paris reuniu cerca de 200 pessoas. Famílias inteiras, amigos e simpatizantes da causa vestiram-se a rigor para participar num evento onde o espírito comunitário superou qualquer obstáculo físico.

Caminhada solidária da Misericórdia de Paris: união, desporto e esperança
Caminhada solidária da Misericórdia de Paris: união e esperança

Logo pelas 10 horas, começaram as inscrições no local. Às 11h00, todos se colocaram em marcha, com dois percursos possíveis: 4 ou 8 quilómetros. Correr ou caminhar era uma escolha livre, o que importava era o gesto solidário. Música portuguesa, comida tradicional, quermesse e atividades para os mais novos completaram o ambiente tipicamente português.

A missão da Santa Casa em tempos difíceis

A provedora da instituição, Ilda Nunes, reforçou o objetivo do evento: “O essencial não é a linha de chegada, mas sim o motivo que nos une, ajudar quem mais precisa.” Apesar da alegria no ar, a Santa Casa enfrenta sérias dificuldades. Sem instalações próprias, a instituição opera com meios muito limitados. Um pequeno escritório emprestado pelo Santuário de Nossa Senhora de Fátima permite manter algum funcionamento, embora boa parte do trabalho decorra em regime de teletrabalho.

Ilda Nunes deixou um apelo direto à comunidade: “Precisamos urgentemente de um espaço. Não tem de ser perfeito, mas tem de ser funcional e acessível, especialmente para os nossos utentes mais vulneráveis.”

Caminhada solidária da Misericórdia de Paris: união e esperança

Participações especiais e apoio institucional

A presença de Mónica Lisboa, cônsul-geral de Portugal em Paris, trouxe uma mensagem de apoio institucional e pessoal. Caminhou lado a lado com os participantes, mostrando assim que o envolvimento não se limita a palavras: “Estar presente é afirmar que vale sempre a pena apoiar causas como esta.” O consulado, segundo a diplomata, continuará a dar visibilidade e suporte à missão da Santa Casa.

O humorista José Cruz também marcou o evento com entusiasmo e boa disposição. Envolveu-se como padrinho da iniciativa e participou ativamente na corrida. “Assumi este desafio como um compromisso com a nossa comunidade”, contou, feliz por ter cumprido a prova de 4 km e enchido recentemente o teatro Bobino com o seu espetáculo.

Um dia para recordar e repetir

Enquanto os mais pequenos brincavam entre insufláveis e bancas, os adultos celebravam a entreajuda com música dos 100 Limit e sabores servidos pelo restaurante La Résidence. Tudo contribuiu para uma manhã perfeita, até São Pedro colaborou, como brincou Ilda Nunes, aliviada por não ter chovido.

“Aproveito para fazer um apelo a todas as pessoas que possam ter uma proposta de espaço. Não pode ser longe de Paris. Precisamos de algo acessível e funcional, mesmo que não seja a solução perfeita. Pode vir a ser”

Assim, cada passo dado reverteu em apoio direto aos projetos sociais da Santa Casa. Mesmo sem casa física, a instituição continua a ser um porto seguro para muitos. Esta caminhada provou, mais uma vez, que a força da solidariedade reside nas pequenas ações e nos gestos partilhados.

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