
O lugar histórico do Santuário da Nossa Senhora da Lapa, em Sernancelhe, transformou-se num verdadeiro palco de memórias nos dias 31 de maio e 1 de junho. A 15.ª Feira Aquiliniana trouxe de volta os sons, os cheiros e os costumes de outros tempos. E fê-lo com alma, dedicação e muitas mãos envolvidas.
Um regresso ao passado… com olhos no futuro
Ao entrar na feira, o ambiente muda de imediato. De repente, estamos em 1925. As roupas são da época. Os ofícios também. Há carpinteiros, jornaleiros, costureiras, vendedores ambulantes e até amoladores. “Isto era o dia a dia dos nossos antepassados”, explicou Paulo Martinho, um dos animadores culturais presentes.

Além disso, a feira mostra como se fazia o pão, como se afiavam as facas ou como se vendia o leite porta a porta. Tudo de forma simples, mas com enorme significado. Para os mais novos, é uma verdadeira lição de história ao vivo.
Produtos da terra com sabor e verdade
No meio da azáfama, José Manuel prepara uma prova de mel e licores. É apicultor há anos e conhece bem os desafios do setor. “Hoje temos mais ferramentas, mas o trabalho é quase o mesmo”, contou.
Ao mesmo tempo, alertou para um problema cada vez mais comum: a vespa asiática. “Já perdi colmeias. É difícil combater.” Apesar disso, mantém o otimismo e aproveita eventos como este para educar o público. Por exemplo, explicou que o mel cristalizado não está estragado. “Pelo contrário, é sinal de que é puro.”
A comunidade dá corpo e alma à festa
A Feira Aquiliniana é organizada pelo município. Para o Presidente da Câmara, este evento é essencial. “Queremos manter viva a nossa identidade. E mostrar aos mais novos como era a vida dos nossos avós.”
Ao longo dos dois dias, participaram escolas, ranchos de fora da região e até estudantes estrangeiros. Todos ajudaram a dar cor à festa. Por isso, o balanço é positivo. “Temos mais visitantes a cada ano. Isso mostra que este caminho faz sentido”, concluiu o autarca Carlos Santos.
Quem vem à Lapa, quer voltar
Mais do que uma feira, este evento é um reencontro com as raízes. Por um lado, junta gerações. E por outro lado, valoriza o saber antigo. Além disso, reforça os laços da comunidade. Para quem ainda não conhece, o convite fica feito. Em Sernancelhe, as tradições não se perdem, vivem-se.