Quinta-feira, Abril 24, 2025
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Portugal brilha no Festival do Livro de Paris 2025

De 11 a 13 de abril, o Grand Palais Éphémère, em Paris, recebeu mais uma edição do Festival do Livro, um dos encontros literários mais importantes da Europa. Este ano, o evento teve um sabor especial para a comunidade lusófona. Depois de duas décadas de ausência, Portugal regressou com uma presença forte e inspiradora, centrada na literatura infantojuvenil, na ilustração e no cinema de animação.

Portugal brilha no Festival do Livro de Paris 2025
Portugal brilha no Festival do Livro de Paris 2025

Portugal marcou assim presença com um stand inteiramente dedicado à literatura para crianças e jovens. A editora O Bichinho de Conto, com sede em Portugal, juntou-se à Librairie Portugaise & Brésilienne, de França, para apresentar uma selecção de cerca de 130 títulos. Deste modo, as obras estavam disponíveis em português, francês, inglês, italiano e espanhol, revelando a diversidade e o alcance internacional da produção literária nacional.

O stand destacou-se não só pela energia criativa como também pelo ambiente acolhedor. Atraiu visitantes de todas as idades. Muitos ficaram surpreendidos com a qualidade estética e a originalidade dos livros portugueses.

Ilustração portuguesa em evidência

Outro dos destaques foi também a mostra de 30 ilustradores portugueses contemporâneos, que incluiu nomes bem conhecidos como André Letria, Madalena Matoso, Catarina Sobral e António Jorge Gonçalves. Por outro lado, surgiram também novos talentos que vêm renovar o panorama artístico nacional.

A exposição não só confirmou o reconhecimento internacional da ilustração portuguesa como também serviu de palco para um diálogo entre gerações de artistas. Cada obra revelou assim uma abordagem única à arte de contar histórias através da imagem.

Cinema de animação: entre o livro e o ecrã

Para além dos livros e da ilustração, o público teve ainda a oportunidade de ver cinco curtas-metragens portuguesas baseadas em obras literárias. As exibições decorreram no Village des Enfants, um espaço dedicado aos mais pequenos.

Entre os filmes, destacou-se “A Maior Flor do Mundo”, uma adaptação do conto de José Saramago. Também “Razão entre dois volumes”, de Catarina Sobral, suscitou grande interesse, mostrando como a animação pode dar nova vida à literatura.

Cultura e democracia em debate

No domingo, Portugal promoveu o debate “Les Joies de la Démocratie”, com a participação do filósofo Diogo Sardinha, do ilustrador António Jorge Gonçalves e do gestor cultural Jorge Barreto Xavier. A conversa, inspirada na colecção “Missão Democracia”, publicada pelo Parlamento português, abordou temas como os desafios actuais das democracias e o papel da arte na promoção dos seus valores fundamentais.

Um impulso à língua portuguesa

Durante o festival, deu-se ainda destaque ao programa LATE, que apoia a tradução de obras portuguesas, o ensino da língua em França e o turismo literário em Portugal. Esta iniciativa sublinhou o esforço continuado das entidades portuguesas na promoção da cultura e da língua portuguesa além-fronteiras.

O regresso de Portugal ao Festival do Livro de Paris revelou-se assim um verdadeiro sucesso. A recepção calorosa do público, aliada à qualidade e criatividade da programação, mostrou que Portugal tem uma voz cada vez mais relevante no panorama literário e artístico europeu. E tudo indica que veio para ficar.

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