A 12.ª edição da feira Esprit Meuble, realizada no Centro de Exposições de Porte de Versailles, em Paris, trouxe um balanço positivo, embora moderado, para as 16 empresas portuguesas que participaram. Em meio às dificuldades económicas que afetam o mercado francês, os expositores destacaram a importância do evento como plataforma para reforçar parcerias, apresentar novos produtos e recolher feedback valioso.
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Apesar das adversidades económicas, a feira Esprit Meuble continua a ser um dos principais eventos europeus no setor de mobiliário. Com mais de 400 expositores e cerca de 14.000 visitantes, a edição deste ano focou-se em negócios, inovação e networking. As empresas portuguesas presentes mostraram-se resilientes, oferecendo desde colchoaria e mobiliário até tapetes e decoração. A diversidade de ofertas refletiu a capacidade de adaptação das marcas nacionais num cenário económico desafiador.
Resultados positivos em meio às dificuldades
Pedro Duarte, CEO da empresa Colmol, marca de colchoaria com 52 anos de história, considerou o evento positivo para a empresa. O diretor observou que, embora os primeiros dias da feira tenham sido mais tranquilos, o ritmo aumentou com o decorrer do evento, culminando numa segunda-feira muito positiva. Para a empresa, que aposta na inovação, a participação na Esprit Meuble permitiu consolidar a sua marca no mercado francês e gerar novas oportunidades de negócio. “Saímos com expetativas boas e negócios concretizados”, afirmou Pedro Duarte.
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Por outro lado, Agostinho Fernandes, CEO da empresa Movis Furniture, destacou a importância da feira para a sua empresa, especialmente no mercado francês, onde está presente há 15 anos. Apesar de um início de ano fraco, Agostinho Fernandes sublinhou que a participação na Esprit Meuble resultou em novos contactos e algumas vendas. “Saímos com satisfação e esperança no futuro”, disse.
A diversificação da oferta: Uma necessidade
Natália Campos, responsável pelo Departamento de Exportação da M.A. Salgueiro, empresa de tapeçaria com 50 anos de experiência, viu na feira uma excelente oportunidade para lançar a nova linha de mobiliário da marca, que até então era focada apenas em tapeçaria. A aposta na diversificação, com a marca Salgueiro Home, foi uma tentativa de expandir a oferta da empresa, que inclui agora também mobiliário. No entanto, Natália Campos destacou uma limitação do certame: o foco demasiado no mercado francês, o que dificultou a atração de clientes internacionais. “Esperávamos um público mais diversificado, mas o contato foi maioritariamente com clientes franceses”, apontou.
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Apesar disso, Natália Campos afirmou que o mercado francês continua a ser estratégico, especialmente considerando que é o segundo maior mercado internacional da empresa, após Portugal. A responsável destacou que eventos como a Esprit Meuble são fundamentais não só para apresentar novos produtos, mas também para recolher feedback dos clientes e ajustar a oferta às exigências do mercado.
Resiliência e adaptação às exigências do mercado
As empresas portuguesas, mesmo diante das dificuldades económicas, mostraram-se resilientes e focadas na adaptação da sua oferta. Pedro Duarte frisou a importância das inovações que transformam a experiência de dormir. A marca tem registado crescimento no mercado francês, especialmente no segmento médio e médio-alto, e pretende continuar a expandir-se nesse mercado.
A M.A. Salgueiro também sublinhou a importância da diversificação, com a introdução de mobiliário e decoração sob a marca Salgueiro Home. Segundo Natália Campos, a diversificação é uma resposta à contração do mercado, oferecendo soluções completas que integram design e funcionalidade.
Em tempos de incerteza económica, a participação na Esprit Meuble revelou-se uma oportunidade única para as empresas portuguesas aprofundarem as relações com os clientes e ajustarem a sua oferta. Agostinho Fernandes salientou que eventos como este são cruciais para reforçar a presença no mercado francês, permitindo uma melhor compreensão das necessidades locais.
Apesar de uma edição mais moderada da Esprit Meuble, as empresas portuguesas reafirmaram a importância de manter o mercado francês como uma prioridade estratégica. Como concluiu Natália Campos, “o mercado francês continua a ser uma aposta fundamental para o futuro da nossa empresa”.