O guarda-redes português Diogo Costa foi decisivo ao defender três penáltis que colocaram a seleção portuguesa nos quartos de final do Euro2024 de futebol. Isto no final do prolongamento frente à Eslovénia, que terminou com um ‘nulo’.

Não é normal um guarda-redes defender três penáltis, sem sofrer qualquer golo, numa série de cinco. Mas o guardião portista já tinha feito a diferença ao compensar um erro capital de Pepe no prolongamento. Isto é, quando Sesko ficou isolado a caminho da sua baliza. Diogo Costa defendeu o remate à guarda-redes de andebol, com o pé, quando o golo esloveno parecia iminente.
“Foi o melhor jogo da minha vida. Foi o jogo em que mais consegui ajudar a equipa“
Digo Costa, guarda-redes
“O Ricardo [treinador de guarda-redes e antigo internacional] e toda gente passaram-me boas palavras. Motivaram-me ainda mais. Segui cegamente o meu instinto. Foi o que senti no momento. Respirei fundo várias vezes e segui o meu instinto. Estou muito feliz e muito emocionado por ajudar tanto a equipa”, disse Diogo Costa no rescaldo do jogo.
O facto de o dono da baliza eslovena ser um dos melhores guarda-redes do mundo, Jan Oblak, parecia um trunfo dos eslovenos para os penáltis. Até defendeu um penálti de Cristiano Ronaldo na primeira parte do prolongamento (105 minutos). A Eslovénia procurou segurar o 0-0 a todo o custo, apostando na capacidade do seu guardião para fazer a diferença nos castigos máximos.
Diogo Costa, herói nacional

No entanto, quem fez a diferença foi Diogo Costa. Defendeu os três penáltis cobrados pelos eslovenos. Enquanto a seleção portuguesa converteu os três: o primeiro de Cristiano Ronaldo, depois Bruno Fernandes e Bernardo Silva.
Quanto ao jogo, Portugal voltou a sentir dificuldades. O adversário apesar de claramente inferior a nível individual, estava supermotivado pela surpreendente qualificação para os ‘oitavos’. E defendeu o tempo todo com um bloco baixo ou médio-baixo, disposto a ‘morrer’ em campo, como fez a República Checa no jogo de estreia.
No entanto, Portugal, que mereceu a qualificação, tinha obrigação de eliminar a Eslovénia no tempo regulamentar. E a verdade é que não foi capaz de fazer um golo a um adversário claramente inferior em 120 minutos de jogo. Acabou forçado a um prolongamento que implica um desgaste tremendo suplementar aos jogadores face à partida dos quartos de final com a França.
Pecou pelas mesmas lacunas observadas na fase de grupos, com muita circulação de bola lenta e previsível, falta de presença na área na hora de finalizar, o que resultou em escassas situações suscetíveis de golo, e um Cristiano Ronaldo que é uma sombra do jogador que já foi, e que penaliza a equipa porque não faz a diferença e porque não tem qualquer participação na reação à perda da bola.
Por outro lado, houve uma alteração introduzida por Roberto Martínez, aos 76 minutos, que resultou em quebra evidente de rendimento da equipa, sobretudo a troca de Rafael Leão, que formou com Nuno Mendes uma ala esquerda que foi a principal preocupação dos eslovenos, por Francisco Conceição.
França e Portugal nos quartos de final
Na outra partida dos oitavos de final, a França venceu a Bélgica (1-0), com um autogolo do ex-central do Benfica, o veterano Vertonghen, em cujo corpo o remate de Kolo Muani, lançado em campo aos 62 minutos por Didier Deschamps, bateu, traindo o seu guarda-redes a cinco minutos do final do prolongamento.
O triunfo acabou por assentar bem à França, por ter sido a equipa que mais procurou o golo, mas a exibição dos gauleses não foi, de todo convincente, de resto, à imagem do que a equipa fez na fase de grupos, deixando a perceção de ser neste momento uma equipa batível por uma seleção portuguesa em dia sim.
O quadro dos quartos de final está composto pelos jogos Espanha-Alemanha, Portugal-França e Inglaterra-Suíça, faltando definir o derradeiro encontro, cujos protagonistas serão connhecidos na terça-feira, após os duelos dos ‘oitavos’ Roménia-Países Baixos e Áustria-Turquia.