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Marcelo: portugueses “são os melhores dos melhores”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu à comunidade lusa na Suíça tudo o que têm feito por Portugal. E ainda insistiu que os portugueses “são os melhores dos melhores”, mas disse ter noção de que a sua luta “nem sempre é fácil”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), acompanhado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro (E), e pela Presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd (D), acena no final de um encontro em Berna, Suíça, 12 de junho de 2024. O Presidente da República e o primeiro-ministro portugueses terminam hoje a deslocação oficial à Suíça por ocasião das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. ESTELA SILVA/LUSA
Foto: ESTELA SILVA/LUSA

Marcelo explicou por que escolheu este ano a Suíça para assinalar o Dia de Portugal. O presidente quis agradecer a uma comunidade de 260 mil portugueses. Ao longo de três gerações, se foi “moldando no tempo, mas que continua portuguesa, forte, influente e respeitada”.

“Queria agradecer-vos aquilo que vos devemos em todos os níveis. No prestígio na atividade desenvolvida, na respeitabilidade aqui na Suíça. E também, no serem a comunidade portuguesa que no último ano mais contribuiu em remessas em todo o mundo, ultrapassando a comunidade francesa. E no manterem as ligações à nossa pátria comum”, disse, perante uma sala cheia no Teatro de Carouge.

Os portugueses são “os melhores dos melhores”

Em primeiro lugar, insistiu que os portugueses são “os melhores dos melhores”, seja a adaptar-se aos climas, às culturas, às línguas, aos hábitos”. Como “a demonstrar capacidade para dialogar, para falar com todos, entender todos, aceitar todos, praticar o respeito da diferença”. Em seguida, o chefe de Estado disse, no entanto, reconhecer a comunidade portuguesa na Suíça também enfrenta dificuldades.

“Mas eu também sei que, no meio de tantas virtudes e tantos méritos, a vossa luta nem sempre é fácil. Chegámos e tínhamos aqui problemas com professores porque têm um estatuto que não é exatamente o mesmo, por razões cambiais, de outros colegas deles”, começou por mencionar, depois de, no primeiro evento na Suíça – um encontro com alunos do ensino de português numa escola secundária de Genebra -, uma dezena de professores de português terem alertado Marcelo e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para a injustiça da falta de atualizações dos salários dos docentes num país onde dizem ser particularmente castigados pela desvalorização cambial.

Reformas necessárias

O Presidente prosseguiu afirmando estar consciente “do esforço que se está a fazer em termos de funcionários consulares por todo o mundo”, um esforço que “é estatutário, por um lado, mas também de serviços, porque a pandemia teve custos enormes no funcionamento de muitos serviços consulares”.

“Sabemos aqui da tributação fiscal de reformas, penalizando alguns compatriotas no termo de carreiras profissionais. Da dificuldade quanto a acidentes de trabalho no relacionamento com seguradoras. E ainda da dificuldade de aprendizagem das línguas oficiais da Suíça. Há hoje cada vez mais portugueses chamados a trabalhar na zona onde o alemão é dominante, e essa é uma dificuldade acrescida em relação à experiência muito antiga do domínio do francês. Sabemos da luta constante dos movimentos associativos”, completou.

Comunidade portuguesa na Suíça “mudou para mais e para melhor”

Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, também nestes casos, se vê “a nossa força” e comentou que a comunidade portuguesa na Suíça “mudou para mais e para melhor” e tem hoje “mais força, mais vigor, e é mais importante”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), acompanhado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro (E), caminham no centro de Zurique, no âmbito das Comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 12 de junho de 2024, na Suíça. ESTELA SILVA/LUSA
Foto: ESTELA SILVA/LUSA

“É tão importante que, quando soube da nossa vinda aqui, a presidente da Confederação Suíça em exercício fez questão de se encontrar com o senhor primeiro-ministro e comigo, em converter aquilo que era uma visita às comunidades numa visita mais ampla”, disse, referindo-se ao convite para um encontro (e almoço) com Viola Amherd que terá lugar na quarta-feira em Berna, antes de Marcelo e Montenegro rumarem a Zurique para a parte final das celebrações do 10 de Junho na Suíça.

A Suíça, que acolhe a segunda maior comunidade de emigrantes portugueses no mundo, apenas atrás de França, é o sétimo país estrangeiro a acolher a celebração, após França (2016), Brasil (2017), Estados Unidos (2018), Cabo Verde (2019), Reino Unido (2022) e África do Sul (2023), sendo que em 2020 e 2021 só houve cerimónias em Portugal devido à pandemia da covid-19.

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