No passado dia 30 de maio (quinta-feira), o professor e escritor José Manuel Batista, a residir na vila raiana de Vila Velha de Rodão, apresentou junto da comunidade portuguesa em Paris, o livro “O Homem de Duas Sombras”.
A obra, editada pelas Edições Colibri, tem o prefácio da ensaísta e helenista Maria Mafalda Viana. E propõe uma reflexão sobre a emigração portuguesa “a salto” da década de 1960-70 para França. Inspirada no espólio do saudoso fotógrafo franco-haitiano Gérald Bloncourt, foi apresentada na Pastelaria Belém, um espaço icónico da comunidade luso-francesa em Paris.
“O Homem de Duas Sombras” em Paris
A sessão de apresentação contou com a presença de emigrantes, lusodescendentes e dirigentes associativos luso-franceses. Entre eles, Didier Caramalho, jornalista da Rádio Alfa, conhecida emissora dos portugueses na capital gaulesa. Primeiramente, estabeleceu pontos de intercessão com a obra, levando o autor a desvelar episódios da sua vida pessoal. Isto é, enquanto filho de emigrantes, para falar das suas vivências em Paris ainda jovem. E também da sua estadia nesta cidade entre 1976 e 1980, que lhe serviram de inspiração para a obra.
Nos últimos anos, o panorama literário sobre o fenómeno emigratório está profusamente enriquecido. Por um lado, com um conjunto expressivo de obras de autores nacionais e lusodescendentes que, através do mundo dos livros, têm dado um importante contributo para o conhecimento de múltiplas dimensões da realidade emigratória portuguesa.
Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras na análise e compreensão da emigração nacional, encontra-se vertido no livro O Homem de Duas Sombras, do professor e autor penamacorense José Manuel Batista, a residir na vila raiana de Vila Velha de Rodão.
Natural de Penamacor, onde nasceu em 1953, José Manuel Batista frequentou o curso de Lettres Modernes na Universidade Paris IV-Sorbonne, que veio a completar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, porquanto os seus familiares diretos foram protagonistas anónimos da epopeia da emigração portuguesa das décadas de 1960-70.
Texto: Daniel Bastos