Está desvendado o mistério em torno do novo aeroporto de Lisboa. O Governo seguiu a recomendação da Comissão Técnica Independente: Alcochete terá novo aeroporto Luís de Camões.
Luís Montenegro anunciou, numa declaração ao país a partir da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
Para Montenegro, “este ano de avaliação era imprescindível e a forma adequada de desbloquear o processo”.
“Nem era precipitação irresponsável nem era adiamento passivo. Quero hoje, como primeiro-ministro, afirmar que estas decisões, apesar de rápidas, são ponderadas, fundamentadas e estratégicas para o futuro de Portugal”, afirmou.
“O interesse nacional não reclama apenas uma decisão, reclama que se tome a melhor decisão com base na melhor informação”, reforçou.
Além de ter decidido a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa, o Governo aprovou ainda a determinação de um plano de obras. Em primeiro lugar para o atual Aeroporto Humberto Delgado. E logo em seguida a conclusão dos estudos para uma terceira travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.
Alcochete terá aeroporto Luís de Camões: as reações
O PAN foi o único partido que se manifestou contra a decisão do Governo de construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete, mas BE, PCP e Livre querem esclarecer eventuais contrapartidas à ANA.
Alcochete: “Fico satisfeito porque, embora não estando no território de Alcochete, mas tendo em conta a proximidade da vila de Alcochete ao epicentro de todas as decisões, entendo que os danos colaterais desse investimento são positivos para a minha terra e para a minha gente”, disse o presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, em declarações à agência Lusa.
Seixal: “Foi sem dúvida a luta da Câmara Municipal do Seixal. Impedimos um erro estratégico gravíssimo para o país”, disse o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva. Em declarações à agência Lusa, recordou ainda a opção Montijo considerada pela Comissão Técnica Independente a pior das opções. O autarca explicou que o município do Seixal usou na altura todos os meios, nomeadamente o direito de veto, para não deixar avançar a opção Montijo.
A ANA Aeroportos anunciou estar disponível para trabalhar de imediato na decisão do Governo de avançar com um aeroporto em Alcochete. E por outro lado, aumentar a capacidade da Portela até à entrada em funcionamento da nova infraestrutura.
A ANA, concessionária dos aeroportos que pertence à multinacional francesa Vinci, tinha manifestado publicamente a sua preferência por um aeroporto no Montijo, para o qual chegou a apresentar um projeto.