O salão anual internacional Global Industrie contou com a representação portuguesa de 81 expositores portugueses. Portugal esteve em destaque como uma das maiores representações internacionais no evento, que se realizou entre os passados dias 25 e 28 de março em Paris Villepinte.
Cerca de 40 mil visitantes oriundos de 85 países percorreram, este ano, os enormes corredores da Global Industrie. Primeiramente para descobrirem as inovações tecnológicas e industriais e, igualmente, o know-how dos 2300 expositores provenientes de 40 países que atuam nas mais variadas profissões do setor.
Portugal foi uma das maiores delegações estrangeiras com 81 expositores. Dessa forma, o país reafirma-se protagonista na subcontratação, como resultado da qualidade do trabalho das associações profissionais. São exemplo, a Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro (AIDA CCI), a Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME).
Nota ainda que o evento teve cerca de 1200 m2 de área de exposição. E Portugal foi, este ano, a segunda maior representação internacional. Um resultado à frente da Itália e da Espanha, e atrás da Alemanha.
Portugal em destaque na Global Industrie
Para Rui Santos, responsável pela internacionalização das empresas portuguesas nos mercados externos da ANEME, a Global Industrie é “a feira de referência”. E ainda “um dos mercados mais importantes de exportação do setor metalúrgico e eletromecânico. Temos tido presenças consecutivas há vários anos nesta feira e temos batido sucessivos recordes de participação. Somos a delegação estrangeira número um presente na Global Industrie. Esta feira tem trazido benefícios bastante grandes para as empresas portuguesas que apostam nesta participação”, revelou.
Com 49 expositores da AIMMAP, 10 da AIDA CCI e 11 da ANEME, Portugal cobriu assim todo o leque da subcontratação industrial. Isto é, desde a mecânica, ao corte a laser, o trabalho da chapa, a serralharia e as ferramentas. Ainda mais, os moldes, a fundição, a forja, os tratamentos térmicos e de superfície. Por fim, a transformação de plásticos e de borracha, as cablagens e montagens eletrónicas, os estudos e projetos.
Certame ajuda a encontrar novos clientes
Para Daniela Veiga, responsável pelo Gabinete de Relações Externas da AIDA CCI, a importância de marcar presença na feira é primordial. Quer para divulgar as novidades do setor como fazer novos negócios.
“É muito importante marcar presença seja em França ou em outros mercados que as nossas empresas procuram. O nosso distrito é muito rico em termos de analogia metalomecânica. Nesse sentido, procuramos estes eventos para podermos não só acompanhar clientes já existentes, como fazer novos negócios e procurar novos clientes e novos fornecedores”, disse à revista LUSOPRESS.
Nascida em 1986, a AIDA tem a obrigatoriedade na área da internacionalização de ajudar as empresas com os traficados de origem, obrigatórios para poderem exportar os seus produtos.
Segundo Daniela Viegas, para além deste caráter internacional, a AIDA possui muitas outras valências. “Nós somos uma associação de caris regional, mas multisetorial com quase 30 pessoas. Temos vários projetos financiados e vários serviços à disponibilidade das empresas, desde o apoio jurídico gratuito para as nossas empresas associadas aos projetos europeus no âmbito do Arizona Europe e do Sudway. Não somos uma associação setorial, não trabalhamos, portanto, apenas com um setor de atividade, mas abrangemos todos os setores e todas as empresas são bem-vindas. Temos um departamento de formação com bastante histórico, com formações à medida para as empresas”, concluiu.
Número recorde em 2023
A Global Industrie dividiu-se em cinco grandes salões: Midest (subcontratação industrial), Smart Industries (indústria conectada, colaborativa e eficiente), Industrie (tecnologias e equipamentos de produção), Tolexpo (soluções e equipamentos para chapas metálicas) e a Measurement World (soluções e equipamentos para medição). Realizando-se em alternância anual entre Paris e Lyon esta é a maior feira dedicada à subcontratação industrial, excluindo têxteis/curtumes e alimentar, aos equipamentos e aos sistemas de engenharia de produção. Segundo a AIMMAP, o setor metalúrgico e metalomecânico tem um peso substancial na economia portuguesa, compondo-se de cerca de 23 mil empresas e empregando mais de 246 mil pessoas. As suas exportações atingiram nomeadamente um novo recorde em 2023 de 24 mil milhões de euros, em aumento de 3,9% relativamente a 2022.