Odete Fernandes, nasceu a 24 de maio de 1980, em Paris 11. Assume que teve uma infância privilegiada. Foi criada no centro de capital francesa, frequentou os bairros mais típicos de Paris. Recorda o encanto de Paris à ‘moda antiga’. Morava perto da Praça da Bastilha, e brincava no jardim público, algo que não acontece hoje.
Cresceu com a cultura francesa, mas ao mesmo sempre presente a cultura portuguesa. Os pais sempre incentivaram a falar português e sempre esteve em contacto com a cultura portuguesa. Os pais são oriundos de Barcelos. Odete deixou-se sempre guiar pelo coração e pelos desafios que lhe foram propostos. A nível universitário, formou-se em Línguas, Literatura e Civilização Estrangeira, com especialidade em português. Fez um ano de Direito, mas não funcionou, sendo dirigida para a área literária.
Durante o mestrado, surgiu a oportunidade e experiência de entrar numa empresa. Posteriormente, continuou a dar aulas, foram surgiram outras oportunidades, é vereadora na câmara de Drancy, cidade que tem mais de 70 mil habitantes, e também tem uma vertente mais cultural, sendo locutora de rádio e apresentadora de espetáculos.
Sempre quis ser feliz, foi uma criança curiosa e atenta ao mundo. Nunca teve um sonho bem específico de carreira, mas sim uma vontade de transmitir algo, por isso tenha escolhido dar aulas, ensinar e transmitir o que tem mais de precioso, que é a cultura portuguesa. O objetivo principal, hoje, é educar os seus filhos e transmitir os valores mais importantes para si. Quer que sejam seres independentes intelectualmente e com capacidade de serem felizes.
Para si, importante é a honestidade, “a partir daí conseguimos alcançar todas as metas, sendo honestos connosco próprios e com os outros”. Fã da ajuda ao próximo, assume que mais importante não é o que recebe, mas o que dá. É o que a faz feliz e sentir-se realizada. Por isso, é uma pessoa implicada a nível associativo, nomeadamente numa associação portuguesa, perto de Drancy, cuja atividade principal é dar aulas de português, mas também com uma vertente mais social de ajuda a quem mais precisa. Como vereadora, está ligada a várias associações da sua cidade.
A questão da portugalidade é a sua identidade e a sua verdade. “Transmite um valor de trabalho, de respeito, de avançar, de conquista. Somos um povo com país pequeno em tamanho, mas as fronteiras de Portugal vão até qualquer parte do mundo. Ser português é a minha maior riqueza a nível cultura, e a minha maior vaidade. Para todos os portugueses, que moram em França, porque eu sou produto da emigração, nunca percam a vontade de aprender e ensinar português aos vossos filhos. A nossa língua é a nossa pátria, a nossa cultura é tudo o que devemos preservar. Continuem a ser um povo generoso, trabalhador e um povo que também costuma dar mais do que receber”.
