José Roussado nasceu em Sintra, em 1954, e assume ter tido uma juventude feliz. Passando pelo teatro e pelo desporto, José Roussado teve a oportunidade de ser treinado pelo Professor Moniz Pereira e por Eduardo Cunha enquanto atleta do Sporting. Assume que a juventude também se marca pelo percurso escolar, e neste ponto José Roussado passou pela Escola Industrial do Cacém e pelo Liceu de Sintra.
Ainda jovem, foi durante as férias escolares, nos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro que começou a trabalhar em fábricas da região. Aos 19 anos, quase por acaso, e sem intenção de emigrar, chegou a França, onde se mantém até aos dias de hoje. “Vim para França um ano antes do 25 de Abril, por diversas razões. Contudo, tive a sorte de ter uma mãe destemida, pois conseguiu uma coisa, na altura, que ninguém conseguia: o passaporte para vir para o estrangeiro. Inicialmente vinha para passear, mas acabei por encontrar qualquer coisa e fiquei por aqui. Instalei-me no Paris 20, onde fiquei até 1975”, recorda.
A sua ligação à comunidade portuguesa sempre foi muito forte, tendo sido eleito em 1984, pela primeira vez, Conselheiro das Comunidades Portuguesas. Repetiu a eleição em 1987. Foram vários os momentos associativos de que se recorda. “Em 1985 fui a uma reunião a Estugarda e em 1987 estive presente na reunião mundial, em Albufeira”. José Roussado fez também parte da Associação Portugal de Abril, da qual destaca sobretudo a organização de um grande espetáculo na Mutualité com Carlos do Carmo e Linda de Suza. “Um espectáculo de casa cheia, gente na rua, desesperados por não conseguirem entrar na sala”.
Em 1985 fundou, juntamente com Jaime Alves, a ARCOP de Nanterre. A associação organiza anualmente um dos maiores eventos da comunidade portuguesa: a Feira de Nanterre. A proximidade com a comunidade portuguesa permite-lhe ver e analisar a relação da diáspora com o seu país. “Os portugueses que vivem aqui estão próximos, mas ao mesmo tempo distantes do nosso país. Próximas pela convivência com as suas famílias e a sua realidade, mas distantes porque não se interessam por aquilo que se passa e se vive em Portugal. Criam-se mesas de voto em França aquando de eleições em Portugal e não se registam votos. Neste aspecto há uma distância. Ainda assim, nos eventos portugueses aqui em França, há uma grande adesão”. Por isso mesmo, a mensagem de José Roussado é clara. “Gostava que os portugueses se implicassem mais na sociedade onde vivem. Há um trabalho muito grande a fazer para que os portugueses se integrem mais na vida política e cívica em França”.