Sexta-feira, Maio 17, 2024
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Jovens Portugueses de Valor – Entrevista ao músico Cordeone

Cordeone é o nome artístico de Loïc da Silva, português nascido em França. É músico, produtor e compositor independente, que funde o acórdão com vários géneros musicais. Para além do acórdão, domina a guitarra portuguesaNo currículo, conta com um Prémio IPMA e um Made In Jazz NY Fest. Falamos com o artista sobre o seu percurso e a carreira, a ligação com Portugal e o que faz de Cordeone um Jovem Português de Valor. 

Cordeone é o nome artístico de Loïc da Silva, português nascido em França. É músico, produtor e compositor independente, que funde o acórdão com vários géneros musicais, como Jazz, Forró, Fado, Música Afro-Caribenha, Afro-Luso, etc. Para além do acórdão, domina a guitarra portuguesa e muitos outros instrumentos. No currículo, conta com um Prémio IPMA e um Made In Jazz NY Fest. Falamos com o artista sobre o seu percurso e a carreira, a ligação com Portugal e o que faz de Cordeone um Jovem Português de Valor. 

Quem é Cordeone? 

Sou um artista multi-instrumentista que gosta de encontros culturais e musicais. Gosto de experiências musicais e de música no seu sentido largo. Vivo pela música no meu dia a dia, respiro música e é isso que me faz vibrar e sentir vivo.

 

Vivo pela música no meu dia a dia, respiro música e é isso que me faz vibrar e sentir vivo.

 

Fale-nos um pouco do seu percurso. 

Nasci em Tours, França, e cresci no bairro social La Rabaterie, em Saint Pierre des Corps, nos subúrbios de Tours. Comecei a tocar acordeão com 9 anos e as minhas primeiras experiências em palco foram a tocar música de baile para as comunidades portuguesas. 

Aos 17 anos, fui viver com a minha família em Portugal. Passei um ano inteiro a estudar como autodidata vários instrumentos, como o piano, a bateria, o baixo, a viola e a nossa linda guitarra portuguesa. O objetivo era fazer dessa paixão uma profissão.

Mais tarde, fiz um ano de ciclo intensivo de piano na escola “Jazz a Tours”, onde depois me tornei professor de acordeão jazz durante 3 anos. Depois, comecei a fazer digressões com artistas do mundo inteiro e de géneros musicais bastante diferentes, começando com Big Joe Turner (Blues). 

Porquê a música? Como é que esta entrou na sua vida? 

Todas as minhas tias cantavam, tinha um tio que tocava harmónica, o meu avô tocava e escrevia poemas e tinha um tio que também tocava um pouco de acordeão. Lembro-me de estar sempre a tocar nas teclas enquanto ele tocava um vira qualquer. Chegou o momento em que ele me mandou parar de tocar nas teclas dele e me disse para pedir ao meu pai para me comprar um acordeão para mim. Levei essa proposta muito a sério e assim começou esta louca aventura. 

Assim que comecei a tocar alguns temas, sem notar o meu avô estava a desenvolver em mim o chamado “ouvido musical”. Pedia-me sempre para tocar um ou outro tema que ele gostava de cantar, como o “Menino Jesus” ou “O Ferreiro”. Depois mostrava ao pessoal da nossa freguesia e ele dizia “Vejam aqui como o meu neto sabe tocar!”

Tem um Prémio IPMA e um Prémio  Made In Jazz NY Fest. Que significado tiveram estes prémios?

O meu trabalho é tocar e cantar para quem quiser ouvir! Hoje em dia, a música ou tem de ser para velhos ou tem de ser para jovens. Parece que não existe apenas música para pessoas amantes de música…

Gosto de me definir como alguém que faz música para todos! Tanto que nos meus concertos há de tudo: jovem, velho, preto, branco, gordo, magro… Costumo trabalhar nos meu instrumentos de vez em quando, só mesmo quando me apetece. Já estudei muito mais, mas hoje em dia estudo quando estou nos concertos, experimentando coisas ao vivo. Além disso, estou sempre a gravar discos em estúdio para os meus próprios projetos ou para artistas para quem produzo. 

 

Gosto de me definir como alguém que faz música para todos!

 

Para ser sincero, os prémios não mudaram muita coisa na minha vida. Não muda a visão que tenho da minha carreira ou da minha música. São simplesmente o reconhecimento do meu trabalho. Confesso que é agradável para o ego, mas é mais para a família e para os amigos.

Quais são os seus objetivos profissionais? O que é que ainda lhe falta alcançar? 

Nestes tempos difíceis, é complicado pensar no futuro. Confesso qu já tive mais ambições. Quero sempre quero tocar em palcos que ainda não pisei, tocar com músicos que adoro, como o Cory Henry, por exemplo. 

Mas acima de tudo, aquilo que me faz feliz é viajar graças à música, ir ao encontro de povos diferentes com perspetivas de vida diferentes da minha. Isso é o que me enriquece o coração! Ainda mais quando em troca consigo oferecer felicidade, sorrisos, prazer, momentos bonitos… Para mim, isso é a beleza da vida e é nesse sentido que trabalho: para criar instantes inesquecíveis de partilha humana.

 

Consigo oferecer felicidade, sorrisos, prazer, momentos bonitos… Para mim, isso é a beleza da vida e é nesse sentido que trabalho.

 

Sente que a sua música ajuda os portugueses emigrados a matarem saudades de Portugal? 

Esse é o meu desejo! De vez em quando, recebo mensagens de fãs a agradecer pelos temas que componho ou pelas letras que escrevo, há temas que tocam no coração das pessoas. Por exemplo, muitas pessoas adoraram o  tema “Josefina”, que escrevi para a minha falecida avó. Isso enche-me sempre o coração e também me dá muita força. 

Que ligação mantém com Portugal?

Uma ligação muito forte! Vou sempre a Portugal pelo menos uma vez por ano para refrescar a mente, voltar às raízes, procurar a essência daquilo que sou…

Portugal é um país maravilhoso, nem é preciso dizê-lo. Quando lá estou, gosto de ir a Lisboa ouvir Fado e dançar música Afro-Luso. Por vezes, vou só até à minha freguesia, freguesia de Lobão em Santa Maria da Feira, a meio do ano quando não há emigrantes. Gosto de coisas tão simples como tomar café dentro dum boteco perdido no interior do país.

 

Podes ouvir a música de Cordeone num concerto perto de ti ou nas suas plataformas digitais: no YoutubeSoundcloud ou Spotify.

Acompanha o Cordeone nas redes sociais, no Facebook e no Instagram.

 

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