Iniciativas observarão as restrições recomendadas pela Direção Geral da Saúde. Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, preside à Sessão Solene.
Guimarães assinala esta quarta-feira, dia 24 de junho, as comemorações da Batalha de S. Mamede (1128 – 2020) – Dia Um de Portugal – com um programa restrito, em função das recomendações da Direção Geral da Saúde. Para permitir a participação dos Vimaranenses nesta comemoração solene, todos os atos do programa serão transmitidos via streaming no canal do Facebook do Município de Guimarães.
O destaque vai para a Sessão Solene e Aposição de Medalhas Honoríficas, com a presença da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, e que terá início às 18h00, no Paço dos Duques de Bragança.
Nesta sessão, onde será feita uma homenagem todos os vimaranenses que se revelaram decisivos para o combate ao surto pandémico provocado pelo novo coronavírus, serão atribuídas Medalhas de Mérito Municipal Humanitário aos grupos sociais e profissionais que estiveram na linha da frente no combate à COVID-19: Profissionais de Saúde, Voluntários e ainda Profissionais dos Serviços Essenciais.
O programa geral principia às 10 horas com a cerimónia do hastear das bandeiras. Segue-se uma visita guiada encenada “Aqui Viveu Portugal” pela Astronauta – Associação Cultural, com início no Largo da Oliveira e o final no Castelo. Às 10.30 horas decorrerá a Missa Solene na Igreja da Oliveira e ao final da manhã, às 12 horas, começa a sessão de inauguração da requalificação da Escola Básica de Fafião, em Briteiros Santo Estêvão, também com transmissão em direto na internet.
De tarde, às 17 horas, decorre a visita guiada encenada “Aqui Viveu Portugal”, pela Astronauta – Associação Cultural, com início no Largo da Oliveira e o final no Castelo de Guimarães. Esta visita será transmitida no Facebook do Município no final da Sessão Solene. Às 17h45 está programada a Homenagem a D. Afonso Henriques, com a deposição de uma coroa de flores na Estátua D. Afonso Henriques, em parceria com a Associação Veteranos Lanceiros de Portugal. Segue-se às 18 horas, no Pátio do Paço dos Duques, a Sessão Solene onde decorrerá também a respetiva aposição de Medalhas Honoríficas.
Resenha Histórica – 24 de Junho Dia 1 de Portugal
A utilização do nome de “Portugal” para definir uma configuração política mais ou menos autónoma data do século XI. A separação política consolidada nos séculos seguintes, impôs costumes, relações e referências que acabaram por constituir uma comunidade identitária. O uso da língua neolatina chamada “Português” foi uma das dimensões dessa diferenciação. Mas vamos à história do primeiro dia da ditosa pátria minha amada.
A rejeição da ingerência galega por parte dos senhores portucalenses não parou de alastrar. Os revoltosos ganharam para a sua causa o infante Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha e de D. Teresa. Nascido em 1109, Afonso Henriques contava 18 ou 19 anos em 1128, altura em que o confronto entre D. Teresa e Fernão Peres de Trava, por um lado, e os barões portucalenses, por outro, atingiu o clímax.
Além da filiação, o jovem Afonso possuía como credenciais o ter-se armado a si próprio cavaleiro e ter defendido a cidade de Guimarães do cerco que lhe foi posto por Afonso VII de Leão e Castela quando este, em 1127, recentemente chegado ao trono por morte de D. Urraca, exigiu que os portucalenses o reconhecessem como soberano.
O campo chefiado por Afonso Henriques ganhou a adesão de vários castelos, entre 1127 e 1228, e o jovem infante começou a tomar decisões que pressupunham o exercício de poderes de soberania no Condado Portucalense.
A 24 de Junho de 1128 travou-se uma aguerrida batalha, no campo de São Mamede, nas proximidades de Guimarães, opondo os partidários de D. Teresa e dos Trava, comandados por Fernão Peres, e os seguidores de Afonso Henriques. Saíram vencedores estes últimos com grande destaque para a ação dos nobres portucalenses. Consumada a Vitória, Afonso Henriques adotou o título de príncipe (princeps) e impôs-se como governante do condado. Derrotado o plano dos Trava e de D. Teresa e revitalizada a autonomia portucalense pela intervenção dos seus barões, tornava-se definitiva a separação política entre a Galiza e aquilo que viria a ser Portugal.
Fonte: História de Portugal (A Esfera dos Livros)
Por: Fernando Amorim – Vimaranense