Fernando Vasco Leça nasceu em França, é lusodescendente, mas o sangue que lhe corre é bem português. Foi na cidade de Suresnes, bem nos arredores de Paris que nasceu, corria o ano 1981, mas o que mais gosta de recordar da sua infância é as idas a Portugal nas férias de Agosto. Aqui sentia-se bem, pois sentia que em França não era fácil ser filho de emigrantes. Estudou até aos 24 anos, tendo completado o 12º ano na área comercial. Durante a sua formação já trabalhava na área da pintura, para conseguir ir juntando algum dinheiro. Ainda avançou para o BTS – Brevet de Technicien Supérieur, mas decidiu interromper e ir para Portugal. “Sempre foi o meu desejo, quando terminasse o 12º ano, ir para Portugal e gozar um pouco de Portugal”. Foi nesse período, que estando em Bragança, localidade dos seus pais, conheceu a sua esposa. Ao fim de nove meses regressou a França, impulsionando pela esposa que lhe deu “um grande apoio e puxou pelas minhas ambições profissionais. Fiz então um BTS na área da decoração de interiores”.
Trabalhou mais de nove anos para um empreiteiro, executando a função de pintor, mas os anos foram passando e sentiu que tinha de avançar para o seu próprio projecto, criando assim a sua empresa de construção. Ainda jovem, queria apenas aproveitar a vida e ser uma “rockstar”, mas o crescimento e a visão do seu antigo patrão fizeram-no reflectir sobre a vida e querer ser o seu próprio patrão. Hoje, sonha com um regresso, no futuro, a Portugal.
Apesar das dificuldades, orgulha-se da educação transmitida pelos seus pais, baseada no amor à família e no trabalho, sempre bem feito. Aos pais, deixa um agradecimento. Para si, ser português e lusodescendente é um orgulho. Sente um choque de nacionalidade, pois sente que nem é português em Portugal nem francês em França, mas nunca se cansa de reclamar a sua nacionalidade, seja onde for. A todos os portugueses, lusodescendentes e emigrantes transmite uma mensagem de orgulho pelo que todos são. “Ainda há trabalho a fazer para continuarmos a ser portugueses de valor. Sou nomeado, mas para mim não sou eu que tenho de ser nomeado, é toda a comunidade portuguesa no estrangeiro que reivindica os valores de Portugal”.