José Fernandes nasceu em 1958 na freguesia de Alfaião, do concelho de Bragança. É precisamente aqui que hoje é visto como um herói, não fosse o Comandante dos Bombeiros de Bragança. Ainda hoje se recorda na entrada na escola, com apenas sete anos e actividades que fazia com amigos de então. “A partir do fim de Maio nós, na minha aldeia, íamos com as vacas para o rio. A partir de Junho levávamos a merenda, guardávamos as vacas e íamos nadar”. Seguiu-se o liceu, que completou até ao 7º ano, indo depois para a tropa. Há 40 anos que José Fernandes é militar. Começou como sargento, correu várias unidades do país, concorreu ao Instituo Superior Militar, em Águeda, e transitou para o curso de Oficiais. Foi promovido várias vezes, até ao posto que hoje desempenha, de Tenente Coronel. Sente-se um homem realizado e com todos os todos os sonhos alcançados, até mais do que algum dia pôde imaginar. “Nunca pensei desempenhar funções nobres como as que desempenho agora. Temos de ter disponibilidade 24 horas por dia, 365 dias por ano. Nas recordações que eu tenho, eu sempre gostei de ser militar. Recordo-me quando andava no liceu e admirava os militares fardados no quartel de Bragança. Felizmente concretizei este sonho e fiz tudo o que queria fazer”. É casado há 35 anos e tem dois filhos, ambos a viver actualmente no estrangeiro.
Um dos seus lemas de vida é questionar-se o que pode dar aos outros. “A vida já me deu muito. É isso que tenho feito nestes últimos 14 anos que estou a comandar os Bombeiros de Bragança. Nós temos feito muito, e ajudamos muita gente. Não nos interessa quem é, mas sim onde é para socorrer o mais depressa possível. Inicialmente estive aqui requisitado pelo exército, e era o exército que me pagava. Agora, estou aqui a título totalmente voluntário, sou um dos muitos voluntários que trabalham nesta casa. Estou a concretizar um sonho e uma ambição pessoal”.
Se há profissões que são solidárias, ser bombeiro é uma delas. Mas, além disso, José Fernandes é ainda presidente da Liga dos Bombeiros do Núcleo de Bragança. Para si, ser português é um orgulho imenso. “Se há coisas que os militares fazem é amar e defender a sua pátria, inclusive com o sacrifício da própria vida. Todos os portugueses devem ter o maior orgulho em serem portugueses. Nós, já dominámos o mundo, hoje em qualquer canto do mundo encontramos um português”.