Em 1982, Tina esperava comprar um bilhete de ida e volta, mas acabou por ficar em França. A região de champagne Ardenne conquistou literalmente o coração desta portuguesa, que acabou por casar com um jovem francês da cidade. Ele estava à frente de uma empresa familiar de champagne e Tina era professora de português para os filhos dos emigrantes. Juntos, tiveram três filhos e uma felicidade que durou 20 anos. Em 2004, Tina Dumont perdeu o marido e ficou com dois filhos menores a seu cargo, mas não baixou os braços. Continuou o trabalho do marido na empresa familiar e mostrou a sua faceta lutadora e “rigorosa” no mundo dos negócios. Hoje, está à frente de uma empresa onde as vinhas pertencem todas à família e o trabalho é caseiro, mas não deixa de ser apreciado além-fronteiras. “O champagne é elaborado por nós nas nossas caves, é vendido por nós, tudo é feito por nós, mas já está a ser muito conhecido no meio português”, afirma.
A produção da R. Dumont & Fils já foi provada e aprovada pelos Portugueses de Valor e é mais uma bebida com “sabor a estrelas”. Tina Dumont diz que não guarda remorsos na vida e prefere agir sem olhar para trás. “Não guardo muitos remorsos na vida porque geralmente faço aquilo que quero fazer, digo aquilo que tenho vontade de dizer. Eu acho que devemos sempre fazer aquilo que temos vontade e ir sempre para a frente. Olhar para trás não é muito boa ideia”, afirma. Há mais de 30 anos em França, Tina é uma das poucas portuguesas produtoras de champagne, mas apesar de produzir a especialidade francesa, não se esquece das suas origens e afirma que “ser português é ser orgulhoso do país onde nascemos”.
