Foi na Caranguejeira, Souto de Cima, Leria, que Joaquim Gameiro deu os seus primeiros passos. Da simpática freguesia saltou para a Régua onde realizou o secundário. A partir de 1972, Joaquim Gameiro frequentou a cidade dos estudantes, Coimbra, para se licenciar em Direito.As principais recordações da juventude são de ter realizado o secundário e o contacto com os seus colegas. “Hoje muitos deles são formados em Direito, Engenharia e em Medicina. Eu estive a estudar num Instituto em que cada um de nós enveredou por áreas diferentes”, recorda. Inicialmente Joaquim Gameiro ficou relutante em seguir a área de Direito, uma vez que a área de Economia correspondia aos seus objectivos. “Implicava mais gastos económicos porque o curso durava mais dois anos”, diz. É neste impasse que ganha a sua rampa de lançamento e forma-se em Direito, na Faculdade de Direito de Coimbra.
Para culminar os seus estudos nem tudo foi fácil. O magistrado confessa mesmo que chegou a viajar para a Suíça para trabalhar num hotel. “Era uma forma de arranjar dinheiro para sobreviver na faculdade. Estávamos num período revolucionário e tínhamos que nos sujeitar a estas situações”, refere. Na Suíça trabalhou como ajudante de cozinheiro e foi nesse preciso momento que começou a construir a sua independência. Para além desta experiência, Joaquim ajudou os pais a trabalhar na agricultura e ainda esteve dedicado ao ensino. Antigamente sair do país era visto como fugir à realidade, mas hoje já é visto com outros olhos. “Fui conhecer novos mundos e alargar os horizontes. Viajei muito à boleia”, confessa. Joaquim Gameiro dedicou a sua vida à magistratura tanto no Ministério Público, como Magistrado Judicial.“Hoje, na Europa, já sabem que Portugal é um país independente”, conta. Joaquim Gameiro esteve recentemente na Irlanda e confessa que lá pensavam que Portugal era uma província de Espanha. “Não se envergonhem de ser portugueses e de mostrarem aquilo de que somos feitos”, apela.