Jaime Santos nasceu numa aldeia nos arredores de Leiria. O pai era emigrante em França, mas sair do país nunca foi uma aspiração que tentou passar aos filhos. “O meu pai sempre me transmitiu que era melhor ficar cá, não sair de Portugal. Ele achava que cá era sempre tudo mais fácil porque apanhou muitos percalços”. Jaime olhou bem para o caminho, seguiu os conselhos do pai e procurou desviar-se desses buracos. Depois de ter estudado na telescola, começou a trabalhar com 13 anos como mecânico em Leiria. Primeiro por conta de outrem, mais tarde por conta própria. No dia em que foi chamado para ir à tropa, ainda tentou fugir à regra. Pagou para não ir, mas o dinheiro só serviu para adiar o problema: “Como tive de ir para a tropa na mesma, interrompi tudo. Quando regressei, retomei estas funções e comecei logo a trabalhar por minha conta como mecânico”, recorda. Durante os primeiros anos, estava praticamente sozinho aos comandos da empresa. Mais tarde, decidiu expandir o negócio e dedicou-se à reparação de automóveis e ao comércio.
A AutoMecânica da Confraria foi fundada em 1989, há mais de 28 anos. Pouco tempo depois da abertura, em 1992, a empresa já era apresentada como Agente Renault e, graças à evolução e à qualidade dos serviços prestados, actualmente é considerada Reparador Autorizado da marca. Destaca-se na região de Leiria pela sua liderança no mercado de viaturas usadas e semi-novas, representa também a Dacia, Chatenet, Daihatsu e Ssangyong e tem três stands. Jaime nunca emigrou, mas ainda criou um novo serviço a pensar nos emigrantes. Em 1998, o leiriense fundou a Sarafauto, uma empresa de aluguer de automóveis que serve muitos portugueses que residem no estrangeiro quando vão de férias.“Temos um bom conhecimento com os emigrantes porque os alugueres permitem-nos isso”, explica. A empresa compra “muitos carros no estrangeiro e já é conhecida em alguns países, nomeadamente na Alemanha, na França, em vários países europeus e até no Canadá”.
Jaime Santos continua ao volante de uma empresa sólida, mas actualmente é acompanhado por cerca de 50 funcionários. Tem uma empresa PME Líder, mas ainda ambiciona mais. “Queremos abrir escritórios tanto em Lisboa, como no Porto porque nós neste momento entregamos as viaturas no Aeroporto de Lisboa e Porto, mas tudo sai da sede. Futuramente queremos abrir lá delegações para a logística ficar mais simples”. O empresário apoia “muitos eventos locais como creches, clubes de futebol e associações comunitárias”. Confessa que “a estratégia foi sempre permanecer em Portugal”, mas nunca fecha a porta ao estrangeiro. “Isso não quer dizer que amanhã a empresa não cresça e não possa abrir uma delegação num país qualquer”.
