Sábado, Maio 18, 2024
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Portugueses de Valor 2021: Nomeado António Camelo

Hoje não há quem não conheça António Camelo de Viana do Castelo. Até porque dá nome ao seu famoso restaurante, visitado e apreciados por muitos que apreciam a boa tradicional comida portuguesa.

Nasceu em 1943 em Santa Marta de Portuzelo, concelho de Viana do Castelo, numa altura de crise, tendo por isso aspectos positivos e negativos da sua infância. Hoje, talvez consiga dar valor às dificuldades que passou na juventude, “porque as coisas tinham outro encanto”. António Camelo começou a trabalhar na Quinta da Preguiça, uma propriedade dos pais, que ainda hoje existe, apesar de dividida em seis porções pelos seis irmãos. Cumpriu o serviço militar, tendo sido mobilizado para Moçambique, onde esteve três anos. Regressado das ex-colónias, António Camelo ainda continuou na agricultura, mas rapidamente percebeu que o país não tinha evoluído enquanto esteve fora. “Percebi que não era ali que me ia safar”. Tentou, então, a via da emigração. O regime salazarista era fascista, porque mesmo depois do serviço militar tive de sair a salto, não consegui passaporte”. Ainda assim, saiu do país, emigrando para França. Já em território gaulês, teve dois meses de maior dificuldade, de adaptação ao país. “Depois trabalhei um ano na construção, mas não era uma actividade que me agradasse. Procurei um emprego e trabalhei durante 15 anos numa farmácia. No final desse tempo, resolvi vir embora e abri aqui, em Viana do Castelo, um restaurante. Comecei com um café pequeno e meia dúzia de mesas, mas teve um êxito total que tive de optar por terminar o café e alargar a restaurante. Hoje até temos salas a mais”, confessa. O único sonho que tinha na vida era conseguir ser alguém. Pela luta que realizou, diariamente, sente-se realizado. “Nunca tive a ambição de ser ministro nem médico, mas na minha vida profissional cheguei ao topo que queria. Hoje, queria apenas durar até aos 100 anos. Quero ver os restaurantes a trabalhar bem e quero desfrutar do trabalho que tive em novo, dar uns passeios”. Ao longo da sua vida, orgulha-se de ter sido teimoso e de conseguir concretizar tudo o que metia na cabeça. Orgulha-se de igual forma de sempre ter respeitado toda a gente e de tudo fazer para manter a família unida. “Foi com a família que cheguei até aqui”. Ao nível associativo e solidário, não tem parado. Faz parte da Associação Comercial de Viana do Castelo, da Associação Industrial do Porto, da Academia do Bacalhau do Minho, de três confrarias diferentes e ajuda sempre que pode com jantares a preço de custo para colectividades diferentes. António Camelo dá um grande valor a ser português. “O português é uma raça que trabalha, luta, não cai ao primeiro empurrão e consegue, se quiser. O português tem essa fibra isso, vai longe, luta até ao fim pelos sonhos que tem. O português, a trabalhar, é um homem de sete ofícios”. Por isso, deixa uma especial mensagem a todos os portugueses que se encontram a lutar fora do país. “Não desanimem, lutem, pensem bem nas decisões que tomam, não se precipitem. Este país abre-nos a porta para termos sucesso”.

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