O Governo português selecionou 31 órgãos de comunicação social da diáspora em 11 países para repartir uma verba de 200 mil euros, valor considerado “aquém” do necessário para enfrentar a crise da covid-19.
Os meios apoiados foram conhecidos no início do mês de agosto, após um período de candidatura por parte dos consulados e de seleção, tendo a escolha recaído sobre 22 jornais, quatro rádios, três revistas, um canal de televisão e um grupo de media, espalhados pelo mundo.
Este apoio vem na forma de “um regime excecional e temporário de aquisição de espaço para publicidade institucional aos órgãos de comunicação social da diáspora”, segundo uma resposta à Lusa do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e as temáticas da publicidade podem ir desde “a promoção do ensino da língua portuguesa” a “informações relevantes dirigidas às comunidades portuguesas no contexto da atual pandemia”.
Carlos Pereira, presidente da Plataforma dos Órgãos de Comunicação Social Portugueses no Estrangeiro, lembrou que a verba de 200 mil euros que chegou aos meios na diáspora “está muito longe” dos 15 milhões de euros atribuídos pelo Ministério da Cultura aos órgãos de comunicação nacionais.
Esta diferença ameaça a continuação de alguns meios de comunicação em português espalhados por todo o mundo.
“Já desapareceu o jornal ‘A Gazeta Lusófona’ na Suíça. Um jornal que já tinha algumas dificuldades e como os anunciantes pararam, o jornal fechou. ‘O Século’ em Joanesburgo vive porque a dona está a pagar o jornal”, exemplificou.
Como último recurso, esta organização pediu à secretária de Estado, Berta Nunes, que a diplomacia económica feita nas embaixadas portuguesas se estenda aos meios de comunicação em português, podendo servir de ponte entre estes meios e as empresas estrangeiras ou nacionais que pretendam comunicar em português.
Fonte: LUSA