Segunda-feira, Maio 20, 2024
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Empresários portugueses que estão a dar que falar lá fora

São empreendedores, visionários, vêem oportunidades de negócio onde outros vêem problemas… e são portugueses. Há uma nova geração de empresários portugueses que está a dar que falar lá fora. Conheça os seus rostos e as suas histórias. 

Hoje, os protagonistas na Lusopress  são empresários portugueses que estão a dar cartas na área do empreendedorismo, negócios e tecnologia a nível internacional. Conheça as histórias de  Carlos Silva, Cristina Fonseca e Tiago Paiva, José Neves e Nuno Sebastião.

Carlos Silva, Seedrs

Carlos Silva Seedrs

Carlos Silva é co-fundador da Seedrs: uma empresa que, no fundo, tem como propósito ajudar outras novas empresas a crescer. 

Corria o ano de 2008 quando Carlos Silva estava na Universidade de Oxford a tirar um MBA. É lá que conhece Jeff Lynn, um advogado com quem criou um negócio cuja ideia era simples: ajudar os jovens empreendedores a obterem investimento na fase mais embrionária das suas startups. E assim nasceu a Seedrs: uma plataforma de crowdfunding onde os projetos são divulgados para conseguirem financiamento. Por um lado, os projetos recebem o investimento que precisam para começar. Por outro, os investidores recebem ações das empresas que financiam. 

Foi-lhe dito que a ideia não vingaria. Porém, em dezembro de 2012 e apenas duas horas depois de ser lançada, a Seedrs já tinha angariado três milhões de libras (3,8 milhões de euros) de investimento. Incluindo 750 mil (946 mil euros) para a própria. 

Hoje, a Seedrs já registou um total de 990.4 milhões de libras e financiou um total de 1 205 negócios.  Com apenas dois anos de existência, já tinha 40 colaboradores e escritórios em Portugal, Reino Unido e EUA. Pelo caminho, Carlos Silva foi distinguido com um prémio Young Gun no Reino Unido, que distingue os empresários mais promissores com menos de 35 anos, e foi eleito para a lista da Exame dos 40 abaixo de 40, em Portugal. 

Cristina Fonseca e Tiago Paiva, Talkdesk

Tudo começou com um concurso: Cristina Fonseca e Tiago Paiva, estudantes de engenharia de telecomunicações e informática, candidataram-se a um concurso norte-americano para a criação de call centers digitais, cujo prémio era um Macbook. Não só ganharam o computador como foram selecionados para ir a São Francisco apresentar o projeto, foram convidados a ficar na incubadora 500 Startups e receberam ainda 50 mil dólares como bónus. 

Assim nasceu a Talkdesk, uma plataforma que permite criar call centers em 5 minutos. A empresa conta agora com mais de 150 colaboradores, escritórios em Portugal e EUA e clientes um pouco por todo mundo, como a Chevrolet, a Sidecar ou a Dropbox. 

Numa entrevista, Cristina Fonseca explicou que “não se conseguem construir negócios globais só em Portugal. Hoje ou estás em Londres, Berlim ou EUA, ou o negócio não existe. Já para não dizer que em Portugal ninguém nos levava a sério. É sempre preciso provas dadas a nível internacional para aqui te passarem cartucho”.

Entretanto, os fundadores Cristina Fonseca e Tiago Paiva foram incluídos na lista Forbes dos 30 melhores empreendedores do mundo com menos de 30 anos. 

José Neves, Farfetch

 José Neves trabalha por conta própria desde os 19 anos e já tinha tentado outros negócios que aliassem moda e tecnologia. Mas nada funcionou tão bem como a Farfetch. Em 2008, fundou o site que permite que pequenas marcas e boutiques independentes possam competir no mercado do comércio online, mantendo as suas lojas físicas e a sua individualidade.

Em 2017, o site recebia nove milhões de visitas por mês, tinha mais de 120 mil produtos disponíveis e mais 790 mil clientes ativos. Em 2018, outro grande marco para a empresa: a entrada na bolsa de valores de Nova Iorque. Hoje, a Farfetch é considerada uma “empresa unicórnio”, devido ao seu conceito único e trabalha com diferentes mercados internacionais com sites no idioma local,  como inglês, francês, japonês, mandarim, português, coreano, alemão, russo e espanhol. A meio de 2020, a empresa contava já com mais de 4500 funcionários espalhados por todo o mundo.

Nos últimos meses, José Neves foi novamente notícia. O empreendedor anunciou que vai doar ⅔ dos lucros operacionais da Farfetch à Fundação José Neves, que pretende ajudar a transformar Portugal numa sociedade do conhecimento, através da aposta na educação. Assim, garante ticket para o universo exclusivo da Giving Pledge, a iniciativa lançada por Bill e Melinda Gates e por Warren Buffett. 

Nuno Sebastião, Feedzai

Nuno Sebastião Feedzai

Nuno Sebastião é CEO e co-fundador da Feedzai, uma empresa que usa a inteligência artificial para prevenir e detetar fraudes nos pagamentos em instituições bancárias. Ou seja, na prática, o sistema anti-fraude desenvolvido por Nuno Sebastião, Pedro Bizarro e Paulo Marques, co-fundadores, analisa as transações de acordo com uma série de parâmetros e decide se estas são, ou não, válidas. 

A Feedzai foi criada em 2010 e, 8 anos depois, foi destacada pela Forbes como uma das 50 startups de tecnologia financeira com maior potencial na Europa. Orgulhosamente com sede em Coimbra, a empresa tem escritórios em Lisboa, Porto, Londres, Nova Iorque e Califórnia, é uma das melhores empresas do mundo a trabalhar com big data e já recebeu investimento de capital de risco de vários investidores internacionais. 

Contudo, ainda antes do sucesso da Feedzai, Nuno Sebastião já tinha um currículo invejável. Em 2002, começou a trabalhar como consultor na Deloitte e, a seguir, voou até ao mundo da aeroespacial, onde trabalhou também como consultor. Mais tarde, fundou a Oristeba, uma empresa pioneira na validação de software para a indústria aeroespacial e, finalmente, entre 2006 e 2010 foi gestor de produto na Agência Especial Europeia.

Aos mais novos nas andanças do empreendedorismo e tecnologia, deixa uma mensagem: “Keep pushing, keep going. A diferença entre um visionário e um maluco é muito pequena. É preciso não ter medo de mudar e de afinar a estratégia, mas acima de tudo o que importa é perseverança”. 

Estas são apenas quatro histórias que provam que o empreendedorismo, a inovação e a fome de sucesso correm no sangue lusitano. Assim, os seus protagonistas deixam a sua marca e  abrem portas para que outros sigam as suas pisadas. 

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