Um grupo de dez amigos luso-franceses percorreu Portugal de norte a sul, entre os dias 25 e 30 de maio, numa viagem de bicicleta pela mítica Estrada Nacional 2. A iniciativa, liderada por Benjamim Duarte e Jorge Silva, foi mais do que um desafio físico. Antes de tudo, foi uma homenagem à amizade, à identidade portuguesa e à ligação entre Portugal e a sua diáspora em França.
Durante o percurso, o grupo foi recebido com entusiasmo em várias localidades. Contudo, a passagem por Aljustrel, no Alentejo, deixou uma marca especial.
A receção organizada pela autarquia local foi calorosa. O grupo visitou as minas históricas da vila, símbolo da sua forte identidade operária.
“Valorizamos muito estas visitas. A nossa diáspora é parte de nós”, afirmou Carlos Teles, presidente da Câmara Municipal. Destacou também o valor das relações humanas e da paz, “especialmente neste tempo mundialmente estranho”.
Por outro lado, Nelson Brito, presidente da Assembleia Municipal, frisou a riqueza do território interior:
“A Nacional 2 mostra um Portugal real. Em Aljustrel, a arqueologia industrial das minas encontra-se com o Alentejo agrícola. Somos uma terra operária no sul profundo.”
Para o empresário José Lopes, anfitrião da comitiva em Aljustrel, a ocasião foi especial.
“Queria receber este grupo da melhor forma. Os alentejanos superaram todas as expectativas. São um povo acolhedor como poucos.”
Odete Lopes, emocionada, não escondeu o impacto da visita:
“Nunca tinha visitado as minas. Fiquei comovida. A força daqueles homens e a beleza do espaço impressionam. Foi uma lição de história e de humanidade.”
Em suma, ao longo da Nacional 2, o grupo ligou paisagens, histórias e afetos. Mas, acima de tudo, reforçou pontes entre quem partiu e quem ficou. A experiência terminou em Faro, mas a memória da viagem e o desejo de repetir ficaram bem vivos.
