A Wine Paris 2025 confirmou-se como um evento crucial para o setor vitivinícola global. Este ano, Portugal foi um dos maiores expositores internacionais, ficando atrás apenas de Itália e Espanha. Os vinhos portugueses estiveram em destaque, com cerca de 228 expositores e 3000 referências, abrangendo as principais regiões vinícolas de Portugal, como o Vinho Verde, Porto e Douro, Dão, Beira Interior, Alentejo, Lisboa, Tejo e Algarve.
A Wine Paris 2025 demonstrou a crescente importância do mercado francês para os vinhos portugueses. Carlos João Pereira da Fonseca, da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVRL), destacou o aumento do interesse em participar na feira: “O evento tornou-se uma plataforma estratégica, onde expositores e compradores se encontram com o objetivo de fechar negócios”, disse.
Para os produtores, a feira oferece assim uma oportunidade única de fortalecer relações comerciais e explorar novos mercados. Carlos João Pereira da Fonseca também afirmou que a feira é uma excelente oportunidade para os negócios do início do ano, com negociações antecipadas que beneficiam os meses seguintes.
A força do mercado francês
A presença no mercado francês continua a ser fundamental para muitos produtores portugueses. Pedro Porém, da Caves Rendeiro, destacou a importância da Wine Paris para promover os vinhos portugueses e alcançar um maior número de consumidores. Segundo o gerente, o certame facilita o contacto com os importadores e potenciais parceiros, essencial para expandir a presença da marca. Por seu lado, Luís Rosado, da Paço das Côrtes, também realçou que a Wine Paris é um ponto de encontro estratégico com importadores de várias partes do mundo.
Vinhos de Lisboa: frescura e diversidade
Os vinhos da região de Lisboa destacaram-se, mais uma vez, pela sua frescura e diversidade. Carlos João Pereira da Fonseca explicou que as zonas vinícolas históricas, como Colares e Bucelas, têm vindo a ganhar reconhecimento internacional: a região exporta mais de 80% da sua produção, com um foco crescente na promoção dos vinhos em mercados globais.
Pedro Porém também comentou sobre as características únicas dos vinhos da região de Lisboa. A frescura dos vinhos brancos, a influência do clima atlântico e a variedade de microclimas fazem desta região uma das mais valorizadas. Além disso, os vinhos leves, com baixo teor alcoólico, têm atraído especialmente consumidores jovens.
Prémios e reconhecimento global
A participação nacional na Wine Paris trouxe também distinções para os vinhos portugueses. Assim, a Paço das Côrtes conquistou várias medalhas de ouro no concurso de vinhos de Paris. Luís Rosado explicou que os vinhos da marca têm sido bem recebidos em mercados como a Irlanda, os Estados Unidos e o Brasil. Além disso, a marca tem apostado na internacionalização, com novos rótulos e designs mais atrativos para os mercados externos.
Enoturismo na Quinta da Pacheca
A Quinta da Pacheca, uma das referências do enoturismo no Douro, foi representada por Maria do Céu Gonçalves que destacou o sucesso da experiência única de dormir nas barricas de vinho, que tem atraído turistas de todo o mundo. A Quinta da Pacheca é também conhecida pela sua gastronomia regional e, atualmente, a taxa de ocupação do alojamento já supera os 75%. Esta experiência tem contribuído para a divulgação e reconhecimento dos vinhos da marca.
Expansão global das exportações portuguesas
Em 2025, a França consolidou-se como o segundo maior mercado para os vinhos portugueses. A região de Lisboa, em particular, está a investir mais neste mercado, com o objetivo de aumentar as suas exportações. Pedro Porém também mencionou o crescimento da sua presença em França, destacando a forte ligação da comunidade portuguesa à cultura do vinho. Segundo o gerente, o consumo de vinho é uma tradição que se mantém viva entre os emigrantes.
A Wine Paris 2025 demonstrou, portanto, a crescente importância dos vinhos portugueses no mercado global. As regiões vitivinícolas de Portugal estão a conquistar mercados internacionais, destacando-se pela sua diversidade e qualidade. O futuro dos vinhos portugueses parece promissor, com novas gerações de produtores a inovar e a explorar novas oportunidades.
