E se dúvidas houvesse, ficaram desfeitas. Viana do Castelo reclama o título, e tem na festa da Nossa Senhora da Agonia a romaria das romarias. A Lusopress foi até à maior romaria de Portugal assistir ao Desfile da Mordomia, um dos pontos altos das festas da cidade minhota. É uma tradição cada vez mais enraizada entre as mulheres, que junta várias gerações, no mesmo quadro, para mostrarem o esplendor e a riqueza dos trajes e do ouro de Viana do Castelo.
Para umas, foi a primeira experiência. Já outras, são repetentes no Desfile da Mordomia. Em todas elas, o orgulho de fazer perdurar a tradição e a cultura portuguesa. O Desfile da Mordomia é a história viva dos trajes, desde as lavradeiras às varinas, até aos mais requintados trajes das mordomas, usados pelas raparigas e senhoras de Viana do Castelo. Muitas das peças de ouro são únicas e só são mostradas em público neste dia, redobrando a “chieira” das mulheres que as usam.
Preparam-se durante dias, vestem-se rigorosamente e saem à rua para mostrar a história da mulher vianense. Quase um milhar de mulheres desfilaram orgulhosamente, espalhando a tradicional “chieira” pela cidade, enquanto milhares de pessoas assistiam ao desfile nas principais avenidas de Viana do Castelo. Esta é uma tradição que ultrapassa as fronteiras vianenses. Segundo informação divulgada pela organização, inscreveram-se para desfilar trajadas 908 mulheres de 11 dos 18 distritos de Portugal, e ainda do Brasil, Estados Unidos da América, França, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça. A média de idades das mordomas foi de 32 anos.
Uma das curiosidades em torno deste desfile é, além da diversidade de trajes, a quantidade de ouro que as mulheres levam ao peito e nas orelhas. Há mesmo quem leve alguns quilos. Peças de filigrana, cordões e ouro de Viana, muitas delas que atravessam gerações.