José de Matos Rodrigues, nasceu em 1961, em Fafe, mas cedo chegou a terras francesas, acompanhando os seus pais no processo de emigração para perto de Bordéus. Mas ainda hoje na sua memória perduram as imagens do norte de Portugal, as serras, a adega do avô, as vinhas, os campos, os passeios com os primos e a comida.
Fez formação em engenharia química numa universidade no norte de Paris, entrou numa grande empresa para investigação, nos anos 80. Esteve lá oito anos, até integrar a Universidade de Bordéus para ser enólogo. Após a conclusão do curso, entrou numa empresa internacional portuguesa e durante 3 anos ajudou a empresa a implementar a rede de distribuição em França. “Eu tinha os contactos com todos os negociantes e quintas em França, e eles precisavam de alguém que fosse engenheiro químico, enólogo, que falasse português, francês e inglês. E assim chegaram a mim”.
Parou em 1996, porque decidiu comprar o Château de Castres, o primeiro, que adquiriu em 1997. Começou a fazer um grande trabalho de fundo, comprar melhores vinhas, e hoje tem 31 hectares nesta adega. Depois, em 2004, comprou o Château Roche-Lalande. Em 2013 comprou o Château de Beau-Site e, em 2014, comprou o Château Pont-Saint-Martin. Hoje tem produção de meio milhão de garrafas por ano.
José Rodrigues tem uma grande capacidade de adaptação à vida, nunca teve grandes sonhos. Sempre viu nos estudos a possibilidade de ser alguém na vida. Sempre teve boas notas e foi um aluno referenciado. O segredo do sucesso diz que é muito trabalho todos os dias, dar o máximo que pode. Até agora não esteve muito envolvido na comunidade portuguesa, mas sempre gostou muito de Portugal. Ser português, para si, é conhecer a história de Portugal, conhecer as diferentes comunidades portuguesas, é o apreciar da comida, é um modo de pensar, é sentir-se em comunidade. “Tenham muito orgulho em serem portugueses, e sobretudo tentem ligar-se uns aos outros. Temos um potencial enorme para comunicar e fazer negócios, dentro e fora de Portugal”.