Os jardins da Avenida Júlio Graça, em Vila do Conde, voltaram a encher-se de artesanato. É aqui que decorre a 44ª edição da Feira Nacional de Artesanato. Das rendas de bilros, a feira foi abrindo portas a outros artesãos. Hoje, são cerca de 200 expositores, com artesãos de todo o país, que mostram o que de melhor fazem, com diferentes matérias-primas.
As atrações são muitas, mas comecemos por aquela que provocou a criação desta feira: as rendas de bilros. Em 1978, a Câmara Municipal de Vila do Conde sentiu que a arte de dedilhar os bilros corria sério perigo de extinção, já que poucas eram as mulheres a dedicarem-se a esta arte com tradição documentada desde 1616.
Criada uma associação que promove e preserva esta arte, as rendas de bilros continuam vivas, também graças à existência de uma escola onde várias meninas aprendem a principal arte tradicional de Vila do Conde. Isabel Salazar é a monitora da escola e a responsável pela transmissão de conhecimento às gerações mais novas.
Uma arte que teve de se adaptar ao longo do tempo. São cada vez mais as jovens que demonstram interesse em aprender a arte das rendas de bilros. Fazer desta arte, profissão, é difícil, mas vinga a vontade enquanto ocupação de tempos livres. Matilde Casanova é uma das muitas alunas da Escola de Bilros de Vila do Conde. Tem 14 anos, e desde os sete que aprende esta arte.
Das tradições de Vila do Conde, viajámos agora até à capital do vidro: Marinha Grande. Adriano Mesquita é um dos artesãos mais antigos a marcar presença na Feira Nacional de Artesanato, em Vila do Conde. Na feira há ainda espaço para a criatividade com a reutilização de materiais. Altura em que muitos emigrantes regressam às suas origens para as merecidas férias, está em Vila do Conde uma oportunidade reviver o artesanato tradicional. Até 7 de agosto, em Vila do Conde, passe pela Feira de Artesanato de Vila do Conde.
